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domingo, 1 de agosto de 2010

Artigo Científico -FORMANDO PESQUISADORES NA EDUCAÇÃO INFANTIL DA ESCOLA MUNICIPALIZADA LEÔNCIO PIRES DOURADO

RESUMO
Partindo do pressuposto em que a Educação Infantil é responsável direta pelo alicerce psicossocial do educando, visto que os recebe na primeira e mais importante fase de sua vida, a partir dos 4 anos de idade, é de suma importância que a construção do conhecimento seja feita de forma prazerosa, curiosa e responsável, sempre vislumbrando uma sociedade futura, onde as crianças serão os futuros adultos que dependendo da sua formação inicial irão contribuir ou não com esta sociedade. É possível pesquisar na Educação Infantil? Que metodologias utilizar para esta ação didática? Quais as dificuldades enfrentadas pelos educadores e educandos ao trabalharem com pesquisa cientifica na Educação Infantil? Qual o papel da família nesta proposta pedagógica? Estes questionamentos serão pesquisados e analisados neste Artigo Científico, que tem como foco principal analisar a importância da iniciação a pesquisa científica na Educação Infantil na Escola Municipal Leôncio Pires Dourado para a formação de pesquisadores, haja vista que um dos maiores entraves na Educação Universitária é a falta de embasamento científico dos educandos. Diante desta problemática torna-se mister a reflexão e a discussão sobre a implantação da iniciação a pesquisa científica a partir da Educação Infantil, tendo como laboratório a Escola Municipal Leôncio Pires Dourado.

INTRODUÇÃO

Observando as análises das pesquisas realizadas, torna-se primordial analisar o passo-a-passo percorrido pelos educadores, desde surgimento da idéia à sistematização da metodologia que tem como objetivo maior desenvolver a iniciação a pesquisa cientifica com crianças de 04 a 05 anos da Educação Infantil. Para tanto requerem práticas compatíveis com as prerrogativas inerentes ás necessidades e características dos educandos, nessa faixa etária, como também a formação do Educador que atua nesta modalidade educativa.
A temática Formando Pesquisadores na Educação Infantil menciona neste projeto algumas questões a serem consideradas pelos responsáveis pela implantação desta metodologia, desde a formação continuada em exercício dos educadores no que diz respeito à pesquisa cientifica, como o suporte pedagógico e estrutural facilitado pela instituição educacional, fatores primordiais para o alcance do objetivo traçado pelos educadores.
Evidencia-se que ação pedagógica não se dá no vazio, mas num espaço institucional determinado e preciso, onde o envolvimento de todos os segmentos que fazem parte desta, tem papéis importantes, desde visão critica e pesquisadora do educador, ao olhar curioso do educando. O entendimento da família desta nova forma de fazer educação torna-se imprescindível para este novo fazer pedagógico, que traz consigo uma ruptura na forma de aprender na Educação Infantil. Esta nova visão de aprendizagem desenvolvida na Educação Infantil da Escola Municipal Leôncio Pires Dourado, será descrita e socializada neste projeto.

Os Parâmetros Curriculares e a Educação Infantil


Os parâmetros Curriculares Nacionais prever em seus objetivos gerais que a pratica da educação infantil deve se organizar de modo que as crianças possam desenvolver as seguintes capacidades:
# desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais independente, com confiança em suas capacidades e percepção de suas limitações;
# descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem-estar;
# estabelecer vínculos afetivos e de troca com adulto e crianças, fortalecendo sua auto estima e ampliando gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação social;
# estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos poucos a articular seus interesses e pontos de vistas com os demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração.
# observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente e valorizando atitudes que contribuam para sua conservação;
# brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades;
# utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas ás diferentes intenções e situações de comunicação, de forma a compreender e ser compreendido, expressar suas idéias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva;
# conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito e participação frente a elas e valorizando a diversidade.
Isto significa que ao trabalharmos com Educação Infantil, devemos priorizar não apenas o brincar, como era vista o aprender em épocas mais remotas, quando a pré-escola era apenas um espaço para guardar as crianças enquanto os pais trabalhavam.
Para que os educandos possam desenvolver suas habilidades a instituição escolar deve levar em conta as condições externas e internas da comunidade. Concernentes a essas condições os Parâmetros Curriculares salienta que;
A problemática social das muitas comunidades brasileiras faz com que os profissionais e as instituições de educação infantil tenham que considerar questões bastante complexas que não podem ser ignoradas, pois afetam diretamente a vida das crianças pequenas, como a desnutrição, a violência, os abusos e maus tratos etc.
Todas as questões inerentes à vida das crianças devem ser levadas em conta, visto que elas podem interferir no desenvolvimento psíquico-social das crianças. Outro fator determinante para alcançar os objetivos gerais da educação infantil dizem respeito as condições internas da instituição que trabalha com educação infantil. Os parâmetros Curriculares pontuam que:
Ao pensar em uma proposta curricular deve-se levar em conta não só o número de horas que a criança passa na instituição, mas também a idade em que começou a freqüentá-la e quantos anos terá pela frente. Pois estas questões acabam influindo na seleção dos conteúdos a serem trabalhados com as crianças, na articulação curricular de maneira a garantir um maior número de experiências diversificadas a todas as crianças que a freqüentam.
Deste modo á educação infantil deve ser visto como uma modalidade de ensino, obedecendo todas as prerrogativas inerentes a mesma, onde o brincar é sinônimo de aprender, ou seja, o educando possa desenvolver seu processo de aprendizagem.
A Educação Infantil é um direito de toda criança e uma obrigação do Estado (Art.208, inciso da Constituição Federal). A criança não está obrigada a freqüentar uma instituição de Educação Infantil, mas sempre que sua família desejar ou necessitar, o poder público tem o dever de atendê-la. Em vista dos direitos assegurados pela Constituição Federal e dos efeitos positivos que a educação inicial exerce sobre o desenvolvimento e aprendizagem da criança, já comprovada através de pesquisa e estudos, a educação infantil torna-se um ponto estratégico do desenvolvimento humano.
As primeiras idéias de Educação Infantil no mundo surgiram na Europa com Froebel e os primeiros jardins de Infância, passando por Decroly e sua proposta de renovação do ensino e organização das atividades escolares “Centros de Interesses” até Montessori e sua preocupação com uma Pedagogia Cientifica e um método pedagógico capaz de orientar eficientemente a ação escolar.
A introdução da Educação Infantil no Brasil iniciou-se no ano de 1875 através do Dr. Joaquim José de Meneses Vieira e sua esposa Carlota Meneses Vieira na cidade do Rio de Janeiro, que fundaram a primeira escola de Jardim para crianças: O Colégio Menezes Vieira, com o objetivo de servir uma clientela de elite do sexo masculino de 3 a 6 anos de idade. Com o movimento da Escola Nova nas décadas de 20 e 30 do século XX, surgiu uma nova concepção de pré-escola como Jardim de Infância, onde ainda hoje é muito difundida nas redes particular e pública.
No Maranhão, a educação infantil chegou através da Igreja Católica, que tomou a iniciativa de educar crianças de zero a 6 anos, tomando para si, essa responsabilidade, construíram a primeira Escola de Educação Infantil (Escola Modelo), no ano de 1895, que depois viria chamar-se Escola Modelo Benedito Leite.
A educação Infantil em Imperatriz-Ma iniciou em 1950 pelo Prefeito Simplicio Moreira, as escolas de alfabetização faziam parte de um programa criado pelo Presidente Gaspar Dutra. O prefeito Simplicio Moreira leva a educação ás crianças do povoado Saranzal, situado ás margens do rio Tocantins. As aulas tiveram inicio em 1951 e a Escola denominou-se Governador Acher em homenagem ao governador da época, tendo como professora responsável a professora leiga Alzira Herenio Medlig.
No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional chama o equipamento educacional que atende crianças de 4 a 6 anos de Pré-escola. Recentes medidas legais modificaram o atendimento das crianças na pré-escola, pois alunos com seis anos de idade devem obrigatoriamente estar matriculado no primeiro ano do Ensino Fundamental.
Os dispositivos legais que estabeleceram as modificações citadas são os seguintes:
. Projeto de Lei n 144/2005, aprovado pelo Senado em 25 de janeiro de 2006, com que estabelece a duração mínima de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, com matricula obrigatória apartir dos 6 (seis) anos de idade.
Essa medida deverá ser implantada até 2010 pelos Municípios, Estados e Distrito Federal. Durante esse período os sistemas de ensino terão prazo para adapta-se ao novo modelo de pré-escolas, que agora passarão a atender crianças de 4 e 5 anos de idade.
Atualmente no que se refere à Educação Infantil, Imperatriz, apresenta um sistema diferenciado e diversificado, com legislação especifica, normalizada pelo Conselho Municipal de Educação. A modalidade de Educação Infantil, com a implantação do ensino fundamental em 09 nove anos pelo Município, corresponde apenas I e II períodos, sendo que o I período atende as crianças de 04 anos e o II período às de 05 anos, a metodologia utilizada é a do Sistema Positivo, que contempla uma nova forma de aprendizagem.
A Escola Municipal Leôncio Pires Dourado foi fundada no dia 15 de maio de 1976 pela Loja Maçônica União e Fraternidade n 10 com o objetivo de atender as crianças carentes da comunidade de 04 a 06 anos. No inicio atendeu apenas a 43 alunos, distribuídos em duas salas de Educação Infantil. Passaram-se 32 anos e a Escola continua priorizando Educação Infantil sempre buscando novas metodologias, que possam atender as reais necessidades das crianças nesta faixa etária, atualmente atende 150 alunos de 04 a 05 anos nos turnos matutino e vespertino. Embora a Escola pertença a uma Entidade Filantrópica que mantém convênio com a Prefeitura Municipal, a escola é normalizada pelo Conselho Municipal de Educação, desde sua estrutura física à metodologia utilizada.

Projeto Investigativo e Educação Infantil na Escola Municipal Leôncio Pires Dourado:

Nos tempos atuais, com as novas tecnologias e a rapidez como chegam às informações através da Internet, tem levando os educadores a refletirem a respeito de como será a nova escola, como conseguiremos preparar as novas gerações para viver e atuar num mundo em constantes mudanças. Que tipos de escola querem organizar? Tendo como norte este questionamento, foi pensada e sistematizada uma reforma na metodologia tradicional usada, que pudesse atender as reais necessidades da sociedade atual. Dando os primeiros ensaios através da Pedagogia de Projetos, partindo da interdisciplinaridade, através do planejamento mensal utilizando o eixo temático e o tema gerador, faz-se necessário um olhar especial para pesquisas científicas, utilizadas de certa forma nas Feiras de Ciências realizadas pela Escola.
A prática sem a teoria é impraticável, por isso, é essencial para qualquer ação pedagógica está fundamentada na idéias de alguns teóricos, que de certa forma serão o pano de fundo da proposta pedagógica.
Segundo Emilia Ferreiro (2001, P.20) “As crianças chegam á escola sabendo várias coisas (...) É preciso avaliá-las para determinar estratégias para a sua alfabetização”. Nesta ação torna-se imprescindível à formação do educador e principalmente a sua visão de educação. Neste mesmo sentido Freire (2001, p.21) coloca que “é preciso por fim a educação bancaria, em que o professor deposite em seus alunos os conhecimentos que possui’. Ele deve sim se comportar como um animador cultural num ambiente adequado em que todos aprendam em comunhão”.
E como criar condições para que o educando possa construir e reconstruir seu conhecimento, utilizando métodos tradicionais, mesmo usando tecnologias, é preciso que o educador possa ter um novo recomeço na sua prática educativa.
Conforme Jean Piaget (2001 p.23).”E na relação com o meio que criança se desenvolve, construindo e reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que a cerca” nesta mesma linha de pensamento Vigotsky chama a atenção para a importância da interação social para o desenvolvimento e aprendizado da criança. “O aprendizado é essencial para o desenvolvimento do ser humano e se dá, sobretudo pela interação social. (VIGOTSKY 2001, p.36)”. Este aprendizado seguramente começa na Educação Infantil, onde as crianças têm o primeiro contato com o universo escolar e neste acontecerá sua interação social ao conviver com outras crianças, partilhando seus saberes adquiridos na família, que é o primeiro grupo social que o ser humano convive. É importante que o educador possa fazer deste ambiente escolar, um local de formulações de hipóteses, onde as crianças façam suas próprias descobertas, sendo o educador o orientador deste novo caminho. Nesta mesma linha afirma:

A noção de professor precisa ser totalmente revista, sem recair em preciosismos importados de fora. O conceito desmistificado de pesquisa admite considerar pesquisador também quem tem apenas graduação, até porque pesquisa bem compreendida – é possível e necessária já no pré-escolar (DEMO, 2000 p.48).

Nesta linha a escola é seguramente a instituição social, sobre a qual recai uma das mais difíceis e complexas tarefas; educar as mais diversas gerações para o convívio social saudável, relacionando-a com o meio em que vive para a construção do seu caráter tornando-o critico, capaz de construir sua própria história, e a Educação Infantil é sem dúvida o pilar desta construção.
Atualmente existe muita preocupação em trabalhar com Pesquisa Científica a partir do ensino fundamental, por se tratar de um tema difícil de colocar em prática, pois os educadores em sua maioria, apesar de terem curso superior não sabem como lidar com este fazer pedagógico. Pergunta-se: mas como construir conhecimento sem dar ao educando a possibilidade de pesquisar e vivenciar os problemas inerentes a sua realidade?
Quando foi pensando e sistematizado pelos educadores, uma metodologia que implicasse na pesquisa científica na escola, apriori pensou-se apenas no Ensino Fundamental, onde esta ação seria mais fácil, pois os educandos têm domínio de leitura e da escrita. Surge então outro questionamento: agindo desta forma não se comentaria o mesmo erro, de décadas anteriores onde só se trabalhava com pesquisa a partir da Educação superior? Por que não iniciar pela educação infantil onde os educandos estão na fase de curiosidade, na idade dos porquês, que são primordiais para ser um bom pesquisador.

Talvez se possa estranhar, mas isso começa no pré-escolar, compreendido de 0 a 6 anos de idade, porquanto mais do que ninguém a criança, vindo ao mundo, coloca-se em estado estrutural de descoberta e criação. Tudo é novo chocante, e exige dela constante aprender, principalmente aprender a aprender. (DEMO, 2000. p 82)


Com essas idéias inovadoras de pesquisar, a escola começou a modificar as suas metodologias didáticas, partindo do modo de planejar. Surge-se então o trabalho interdisciplinar a partir do eixo temático e do tema gerador do mês, onde todas as modalidades educativas eram envolvidas principalmente a Educação Infantil, foi criada também uma tarefa interdisciplinar denominada roteiro de atividades, onde de certa forma os educandos eram levados a pesquisar, pois a mesma contempla as disciplinas em uma única tarefa, todas objetivando despertar a curiosidade nos educandos.
A preocupação era buscar uma nova forma de aprender, colocando o educando no centro do trabalho, ajudando-o a aprender a aprender, ou a investigar para aprender. Esta mudança fugia da forma tradicional centrada no professor e tão questionada por Freire, cuja teoria serviu como embasamento teórico para a definição da visão filosófica da Escola.

Construindo a Projeto Investigativo Na Educação Infantil

A característica principal do trabalho com pesquisa científica é o interrogar, que requer uns olhares construtivos do educador, que é o orientador desta reconstrução, possibilitando ao educando instrumentos e situações didáticas que favoreçam a participação e descobertas. Como afirma Franco (1989) “O professor não modifica ninguém, o aluno é que se modifica quando aprende”.O trabalho com pesquisa, por meio de projetos favorece a formação do educando, desenvolvendo o raciocínio e a reflexão.
“A pedagogia da pergunta deve substituir a pedagogia das certezas, dos saberes pré-pensados, das verdades definitivas” (Freire 1992). Essa metodologia deve permitir ao aluno construir e buscar respostas para suas hipóteses formuladas a partir de problemas inerentes a ao meio em que vive. O papel do professor será orientar os alunos a buscar caminhos e a produzir o conhecimento dentro do seu contexto próprio, partindo do que já sabem, dos saberes do senso comum (Martins.p.23). Esse fazer didático só é possível se subsidiar o educador, partindo da teoria ao acompanhamento das ações. Quando se fala em escola subtende-se o todo e não apenas uma modalidade de ensino, como iniciar o trabalho com pesquisa a partir do Ensino Fundamental, se a base da educação e a Educação Infantil.
Essa nova forma de trabalhar faz do aprender algo dinâmico, por parte de educadores e educando. Afirma Martins (2007, p 18) “Projeto investigativo é aquilo que alguém se propõe a realizar, na escola, pela pesquisa, de forma bem explicitada e bem estruturada, em etapas, prazos, com metodologia própria, estratégias, coleta de dados, análise, comprovação e deduções, para alcançar determinados resultados”.
Mas quando se trata da Educação Infantil e preciso desmistificar alguns mitos no que tange ao desenvolvimento da criança, onde alguns profissionais as consideram como seres passivos, fruto do meio social. Os avanços do conhecimento cientifico permitem olhar as crianças como ser ativo e interativo. Na pratica isso significa que a criança tem, desde bebê, uma condição de se apropriar de sensações e informações, significados e intenções, que requerem do profissional da Educação Infantil conhecimento teóricos para atuarem nestas series iniciais. Concernentes a pesquisa desde educação infantil

[...] menciona que o pré-escolar se destina a isso, se compreendermos como lugar estratégico de conquista da autodeterminação, através de cuidados assistenciais, da estimulação psicossocial, do jogo e da educação como tal. Aí já temos, em pleno sentido, educação política, processo emancipatório, dos quais faz parte a pesquisa. E é neste espaço mágico que o educador deve motivar o processo emancipatório radical, a partir do qual se elabora nova personalidade, novo sujeito social, nova cidadania de base (DEMO 2000 p. 82).

Nesta perspectiva foram dados alguns passos importantes para a implantação do Projeto Investigativo a partir da Educação Infantil;
1 – Capacitação para os educadores da Educação Infantil. Tema: Como desenvolver pesquisa cientifica na Escola.
2 – Reforma na metodologia das Feiras de ciências da Escola.
3 – Definição do Tema da Feira de Ciências de 2007. .(O homem do século XXI).
4 – Acompanhamento sistemático do trabalho dos docentes e discentes pela Direção da Escola.
5 – Elaboração de um instrumento que possibilitasse os educadores e educando, sistematizarem seu trabalho com pesquisa.
6 – Definição dos critérios a serem avaliados.
7 – Culminância –Apresentação do resultado da pesquisa cientifica para a comunidade externa e interna.
O projeto Investigativo na visão das educadoras da Educação Infantil:

Para analises da implantação da metodologia da pesquisa na Educação Infantil, foram realizados depoimentos por escrito das quatro educadoras que trabalham no estabelecimento de ensino. Os pontos a serem destacados foram:

1- Pontos positivos.
2- As dificuldades encontradas
3- Envolvimento da família
4- Participação dos educandos
5- Atuação do educador como orientador
6- Participação das empresas

Em relação aos pontos positivos as educadoras destacaram, que através da pesquisa cientifica a aprendizagem na escola tornou-se mais rica e significativa, como também a relação entre os educadores, pois nesta ação didática é fundamental a participação de todos.
Outro ponto citado foi que com esta nova metodologia as crianças tornaram-se mais autônomas, apesar de ainda não terem o domínio da leitura e da escrita, demonstraram curiosidades à cerca dos problemas inerentes ao seu cotidiano. A professora “Odinéia Fontinele destaca que ao trabalharmos com pesquisa cientifica na educação infantil todos os aspectos que favorecem a aprendizagem são estimulados. Ex: raciocínio, criatividade, inteligência emocional”.
No que tange as dificuldades, todas foram unânimes, que ao ser lançada a idéia deste novo fazer pedagógico, aconteceu um grande choque, pois os educadores são herdeiros de uma educação sem pesquisa, o que de certa forma os fez continuar foi à capacitação oferecida pela escola, e a pratica da pedagogia de projetos utilizada há seis anos na mesma. “Os nossos encontros pedagógicos na escola, favorece para que possamos trabalhar com mais qualidade, competência e compromisso diante da pesquisa. Ana Javes Queiroga (professora da Educação Infantil)”.
Outro ponto destacado pelas educadoras foi à atuação do educador como um orientador na construção do conhecimento através da pesquisa como afirma a professora Silvany: “A atuação do educador como orientador é fundamental, pois o professor orientador deve esta presente em todas as etapas da pesquisa com seus alunos, o mesmo vai trançando metas a serem desenvolvidas pelas crianças, não esquecendo de observar a questão ética, e segurança”.
No seu depoimento a professora Eva Jarbes Cruz descreve: “Durante o processo e desenvolvimento do projeto as famílias foram envolvidas, colaborando com a busca de patrocínios e auxiliando seus filhos nas dificuldades”. Este depoimento retrata de certa forma a opinião das demais, no que se refere à participação das famílias, que foi o ponto principal para o sucesso da nossa I amostra de ciências, utilizando a pesquisa cientifica, visto que as crianças são pequenas e necessitam muito do apoio dos pais, que podem auxiliá-los na pesquisa como também na construção de materiais. Nesta ação didática é primordial o envolvimento não só das pessoas que integram a escola, mas das empresas, pois durante a confecção do projeto investigativo, como também na culminância, necessita de recursos tais como fotos, panfletos, baners, diários de bordo, que de certa forma seria um obstáculo, já que a clientela é de família de baixa renda (Escola Pública), na opinião da professora Silvany “As empresas aos poucos estão integrando-se nesse processo de desenvolvimento junto à escola. Pois apostam num ensino de qualidade, pois no futuro estas crianças poderão fazer parte do seu quadro de funcionário. ´”. Um dos pontos principais desta nova metodologia, e a culminância do projeto, onde há a participação da comunidade, além de certa forma prestigia e estimula os educadores e os pesquisadores mirins. A professora Odinéia Fontinele ressalta: “É o momento de mostrar na prática como se estar aprendendo”.

Considerações

A educação tem por finalidade contribuir para a formação do homem pleno, inteiro, uno, cada vez mais, competente e integrado ao meio, que seja capaz de pesquisar sobre os problemas pertinentes a sua realidade e ao mundo, produzindo conhecimentos novos que possam solucionar problemas atuais e futuros.
Podem-se identificar ações concretas e objetivas neste sentido através dos depoimentos das educadoras da escola, que retratam os avanços com a implantação da pesquisa científica a partir da educação infantil, como também a reação dos educadores diante desta nova realidade que de certa forma causou medo e ansiedade na comunidade escolar, que soube ir além, e quebrar um paradigma de várias décadas de educação reprodutora.
Verifica-se, por conseguinte que de uma simples idéia de um novo fazer pedagógico, a interdisciplinaridade, embasados numa visão filosófica de transformação, a escola deu um largo passo na formação deste homem antenado com este mundo capitalista e globalizado através da Internet ao implantar através do seu PPP (Projeto Político Pedagógico) a pesquisa cientifica a partir da educação infantil no ano de 2007.
Sabe-se que toda inovação gera resistência, sobretudo quando se trata da Escola Pública, onde os problemas tornam-se maior diante da falta de autonomia financeira, mas o ponto chave para o sucesso é levar em conta a cultura dos grupos, onde a proposta é implantada, pois não se trata apenas de uma mudança de metodologia, mas de postura como educador. Deste modo, privilegia-se a prática de uma educação em que educadores e educandos se visualizem por inteiro no processo, estabelecendo-se uma mudança de atitude a respeito da formação do homem, das quais fazem parte, os aspectos afetivos, físicos, mentais e éticos, sempre alicerçados no pilar aprender a aprender, que será desenvolvido com pesquisa cientifica.

REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo, Pedagogia da Autonomia: saberes necessários á prática educativa. 12 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1992 (coleção leitura)
DEMO, Pedro, Principio Científico e Educativo. 7 ed. São Paulo: Cortez, 2000.
DEMO, Pedro, Educar pela Pesquisa. 7 ed. São Paulo: Cortez 1996.
FERREIRO, Emilia. Com todas as Letras. 1 ed. São Paulo: Cortez, 2001.
FREINET, Celestin. Uma Escola Ativa e Cooperativa. Nova Escola. n 139, p.23, janeiro-fevereiro.2001.
MARTINS, Jorge Santos. O trabalho com projetos de pesquisa: Do ensino fundamental ao ensino médio. 5 ed. São Paulo. Papirus (coleção Educação) 2001.
VyGOTSKY, L. - A formação social da mente. SP, Martins Fontes, 2001.
VyGOTSKY, L. - Pensamento e linguagem. SP, Martins Fontes, 1988.
FRANCO, Edson (1989). Aprender a aprender. Letras n 52. Porto Alegre: PUC.
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação.Fundamental. Referencial curricular para a educaçao infantil: ampliação do universo cultural. Brasília: MEC, 1998.
PIAGET, Jean. Da experiência Nasce o Conhecimento. Nova Escola. n 139, p,23. janeiro-fevereiro. 2001.
P.P.P. (Projeto Político Pedagógico da Escola Municipal Leôncio Pires Dourado ( triênio 2005,2006,2007).

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