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domingo, 1 de agosto de 2010

Artigo Cientifico A UTILIZAÇÃO DO EIXO TEMÁTICO E DO TEMA GERADOR NO PLANEJAMENTO DA ESCOLA MUNICIPALIZADA LEÔNCIO PIRES DOURADO

RESUMO

Por que planejar? Para que planejar? Qual a importância do planejamento para o desenvolvimento da aprendizagem? Serão perguntas pesquisadas e respondidas no presente artigo que tem como foco principal à prática dos docentes da Escola Municipalizada Leôncio Pires Dourado, partindo do Projeto Político Pedagógico ao Plano diário. Contudo, abordam-se as mais variadas situações vividas na sala de aula, demonstrando o passo a passo de um trabalho desenvolvido a partir de um planejamento que tem como ponto de partida o Eixo Temático e o Tema Gerador. Tendo em vista a escola ser um lugar de gente que estuda e planeja os passos da construção do conhecimento, a prática educativa se processa nas mais variadas situações e níveis de aprendizagem, é que esta pesquisa foi desenvolvida com a pretensão de socializar as experiências positivas vivenciadas na Escola Municipal Leôncio Pires Dourado utilizando o planejamento pensado e elaborado pelos segmentos da escola com o intuito de sintonizar e dinamizar o processo de aprendizagem.

Introdução


A partir de observações e estudos, dentro e fora da sala de aula na Escola Municipalizada Leôncio Pires Dourado, foi realizada esta pesquisa que tem como culminância o presente Artigo Científico “A utilização do eixo temático e do tema gerador no planejamento” traz em seu bojo experiências positivas de um trabalho desenvolvido a mais de seis anos com o objetivo de promover a interdisciplinaridade na aprendizagem.
Contudo, é importante ressaltar as dificuldades dos docentes em planejar e desenvolver suas ações partindo do tema escolhido onde, na Educação Infantil as crianças encontram-se numa fase de descobertas e uma boa parte tem pouco domínio da linguagem e da escrita; na Educação de Jovens e Adultos as maiores dificuldades referem-se à idade avançada de alguns alunos, falta de domínio da leitura e da escrita; no Ensino fundamental do 1º ao 9º ano esta ação educativa, torna-se mais fácil em virtude dos educandos estarem em uma faixa etária 7 a 14 anos, com domínio da leitura e da escrita, com olhar curioso à cerca dos problemas inerentes a sociedade.
Pretende-se mostrar instrumentos destinados a facilitar o trabalho dos educadores na formação de pesquisadores, a partir da Educação Infantil, através de um trabalho planejado em conjunto e girando em torno de uma mesma idéia chamada eixo temático e tema gerador.

Conceituando planejamento e plano

Planejar as ações a serem desenvolvidas em sala de aula contribui para que o docente possa alcançar seus objetivos, considerando com qual educando trabalha e que tipo de sociedade quer construir. Planejamento é constituído por organização e previsão de situações que venham facilitar o processo de aprendizagem de forma criativa e prazerosa.
O ponto principal de um bom planejamento sempre será o educando. Portanto, faz se necessário que o docente conheça a realidade social e cultural do mesmo, sempre levando em conta os conhecimentos adquiridos na família e na sociedade. O planejamento deve prever o que e como trabalhar, que objetivos alcançar, e quais as pessoas envolvidas neste trabalho, sempre de forma coerente e convergindo para o alcance do proposto, mas sempre prevendo situações inesperadas que podem aparecer durante a realização das ações.
É imprescindível que haja um elo entre planejar, planejamento e plano, pois estão interligados tendo a mesma importância na ação didática desenvolvida pelo docente. O ato de planejar é sempre processo de reflexão, de tomada de decisão sobre a ação; de previsão de necessidades e racionalização de emprego de meios (materiais) e recursos (humanos) o docente está pensando e organizando as idéias que irão se concretizar ao elaborar o plano que consiste na sistematização de organização da ação. No plano devem estar sistematizadas as ações que se pretende desenvolver, as informações e princípios que balizam e sustentam.
A importância do planejamento sempre foi discutida não só por docentes, mas pelos segmentos da sociedade, onde se percebe algumas divergências no que diz respeito ao seu verdadeiro objetivo, mas o ponto central, é unanimidade nestes segmentos da sociedade, que a partir do planejamento as ações tornam-se coesas e racionalizadas.
Planejamento é “processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, entre recursos e objetivos, visando ao melhor funcionamento de empresas, instituições, setores de trabalho, organizações grupais e outras atividades humanas” (PADILHA, 2001, p. 30). Plano é a "apresentação sistematizada e justificada das decisões tomadas relativas à ação a realizar" (FERREIRA apud PADILHA, 2001, p. 36). Plano tem a conotação de produto do planejamento.
Portanto, é de suma importância que a ação didática que envolve o planejamento seja pensada e elaborada de forma participativa, onde todos têm vez e voz, desde a definição do tema gerador do mês à sua culminância.


Interdisciplinaridade

Na década de 1970, a maior preocupação no que diz respeito à interdisciplinaridade era conceituá-la, por tratar-se de uma palavra difícil de ser pronunciada e compreendida. Esta palavra traz em seu bojo uma mudança na educação tradicional onde o educando era apenas um mero receptor do conhecimento, traz também um novo significado ao ato de aprender onde a humanização teria um papel predominante.
O movimento da interdisciplinaridade surge na Europa, precisamente na França e na Itália na década de 1960, com o surgimento de movimentos estudantis. Um dos principais precursores do movimento em prol da interdisciplinaridade foi Georges Gusdorf que apresentou em 1961 á Organização das Nações Unidas para a Educação, à Ciência e a Cultura (UNESCO) um projeto de Pesquisa interdisciplinar para as ciências humanas, e tinha como objetivo principal orientar o trabalho pela unidade humana.

Repercussão dos estudos sobre interdisciplinaridade no Brasil

A educação brasileira na década de 1970 vive um momento de retomada de valores e a busca pelo novo, surge então a palavra interdisciplinaridade que foi tornando-se modismo e utilizada de forma errônea por vários docentes, sendo responsável por algumas reformas educacionais, mesmo diante das dificuldades em colocá-la na prática em sala de aula, pois seria necessária uma mudança interna para que a interdisciplinaridade fosse realmente trabalhada nas escolas.
Os anos de 1980 foram marcados pela necessidade de explicitar o verdadeiro sentido do trabalho através da interdisciplinaridade, visto que na década anterior houve alguns equívocos no que diz respeito sua aplicabilidade na educação, os educadores durante anos e anos foram ficando em silêncio a mercê das decisões políticas educacionais traçadas pela ideologia do poder político da época. Nestas duas épocas percebe-se que não houve uma internalização por parte dos educadores sobre a importância da ação didática de forma interdisciplinar, pois aos mesmos não foram dados subsídios teóricos para tal ação. Diante desta constatação preferiram manter-se em silêncio e deixar apenas na teoria o modismo da interdisciplinaridade.
A década de 1990 é marcada por uma retomada de consciência dos docentes, na busca de ações que tornem a interdisciplinaridade, algo constate em sala de aula. Surge, então vários projetos educacionais com este objetivo, porém ainda de foram assistemàtica e sem sustentação teórica. O maior progresso nestas três épocas foi o amadurecimento dos docentes, em face da sua atuação, passando de transmissor a construtor de conhecimento onde o educando não é mais um coadjuvante neste processo mais o autor e ator principal.
Deste modo, Fazenda (2001, p.23) resume o movimento vivido pela interdisciplinaridade para fins didáticos divididos em três décadas:

-1970 - em busca de uma explicitação filosófica; (procurávamos uma definição de interdisciplinaridade).
-1980 - em busca de uma diretriz sociológica; (tentávamos um método para a interdisciplinaridade).
-1990 - em busca de um projeto antropológico; (estamos partindo para a construção de uma teoria da interdisciplinaridade).

No século XXI, vive-se a junção de certa forma dos avanços alcançados nas décadas anteriores no que diz respeito ao trabalho interdisciplinar, nota-se uma maior consciência do educador em relação aprendizagem, onde as relações entre docente e educando são cooperativas e reflexivas, ambos são sujeitos de sua própria ação, engajados num processo de pesquisa, de redescoberta e construção coletiva.
Deve-se entender que ao propor o trabalho com interdisciplinaridade dar-se-á possibilidades ao educador de desenvolver um processo dinâmico, criativo e integrador, colocando na sua prática escolar uma consciência da realidade, que será utilizada na aprendizagem do educando.

Os Temas Transversais: (Eixo Temático)

A ação educativa atual exigiu dos docentes um espírito de pesquisador, pois o educador que pesquisa, aprende. Na opinião de Fazenda (1993, p.42), “a interdisciplinaridade depende então, basicamente, de uma transformação de atitude perante o problema do conhecimento, da mudança de uma concepção fragmentária pela unitária do ser humano”. Desta forma, a mudança de postura do educador, é o fator preponderante para o trabalho educativo interdisciplinar.
Diante de um currículo que não atende todas as necessidades dos educandos, faz-se necessário uma busca constante de metodologias que possam suprir as lacunas deixadas pelo currículo formal, é através da utilização dos temas transversais que a escola pode estar inserindo no seu trabalho pedagógico os problemas inerentes a sua realidade, visto que toda escola tem sua própria subcultura escolar. Não se trata de propor, dessa forma, a eliminação das disciplinas, mas da criação de movimentos que levem ao estabelecimento de relações entre as mesmas, tendo como ponto de convergência a ação que desenvolve num trabalho cooperativo e reflexivo. Assim, os sujeitos de sua própria ação se engajam num processo de pesquisa e construção coletiva.
O objetivo da inclusão dos Temas transversais na Escola, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNS), diretrizes norteadoras do trabalho pedagógico, desde da Educação Infantil ao Ensino Médio no Brasil, é que as questões sociais sejam apresentadas para a aprendizagem e a reflexão dos educandos, buscando um tratamento didático que contemple sua complexidade e dinâmica, dando-lhes a mesma importância das áreas convencionais, com isso o currículo ganha em flexibilidade e abertura, uma vez que os temas podem ser priorizados e contextualizados de acordo com as diferentes locais. O conjunto de temas propostos pelos PCNS é: Ética, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural, Saúde, Orientação Sexual, Trabalho e Consumo.
Trabalhando com estes temas transversais a escola poderá está inserindo, no seu plano anual os problemas inerentes à sua comunidade, desde preservação da escola às doenças sexualmente transmissíveis, onde no decorrer dos meses poderá utilizar projetos que venham contemplar a interdisciplinaridade nos níveis e áreas do conhecimento. Visto que o conjunto de temas transversais traz consigo o objetivo maior de formar cidadãos críticos, pesquisadores, capazes de transformar o ambiente em que vivem.
Hernández e Ventura (1998, p. 63) afirmam:
Definitivamente, a organização dos Projetos de trabalho se baseia, fundamentalmente numa concepção da globalização entendida como um processo muito mais interno do que externo, no qual relações entre conteúdos e áreas do conhecimento têm lugar em função das necessidades que trazem consigo o fato de resolver uma série de problemas que subjazem á aprendizagem

Diante deste pressuposto a escola tem as condições para que sejam formulados projetos que atendam a real necessidade dos educandos, como afirma Martins (2007 p. 111):

Os projetos coletivos de pesquisa escolar possibilitam construir essa visão total da realidade, quando organizado por meio de planejamento conjunto de diversas matérias disciplinares estabelecendo: um só objetivo a ser almejado; partilha de tarefas a serem realizadas em vista desse objetivo; caminhos de exploração diferentes, de acordo com as disciplinas; conceito múltiplo a partir do enfoque de cada disciplina.

Ao utilizar a pedagogia de projetos, a escola facilitara o envolvimento dos educadores e educando em torno dos problemas sociais, como também otimizarão ações que possam contribuir para minimizar os mesmos.


Tema Gerador

Freire (2003, P. 10) afirma que “ninguém pode estar no mundo, com o mundo e com os outros de forma neutra. Não posso estar no mundo de luvas nas mãos constatando apenas. A acomodação em mim é apenas caminho para inserção que implica decisão, escolha, intervenção na realidade”. Desta forma, os conteúdos trabalhados na escola não podem estar fora da realidade do docente, este tem que ser incentivado a fazer parte do seu meio social, não como expectador, mas como sujeito construtor e transformador. E como desenvolver isto na escola? O caminho é a pedagogia de projetos, que abre o leque para que a instituição escolar possa construir projetos interdisciplinares, utilizando como pano de fundo os temas transversais e as palavras geradoras criadas por Freire, para trabalhar partindo da realidade, na Educação de Jovens e Adultos. A ação didática que parte de um tema gerador tem como unificar a escola e, principalmente envolver docentes, educandos e comunidade escolar em busca de mesmo objetivo norteado pela a interdisciplinaridade.
Neste sentido, a atuação do educador deve está embasada no respeito á individualidade de cada um e na abertura à investigação em busca de uma unamidade Pois, não se trata de eliminar disciplinas, mas dar-lhes movimentos uniformes em torno de uma única ação coletiva. Afirma Martins (2007, p.111) o trabalho com projetos interdisciplinares tem que abordar o assunto temático como um todo, pois as significações das partes se integram e se completam na totalidade, e estão vinculadas por íntimas ligações, as quais podem originar novos conhecimentos e conceitos. Desta forma, a escolha do tema gerador torna-se imprescindível para que as ações da escola girem em torno de um mesmo eixo.

Retrospectiva da implantação e utilização do Eixo Temático e do Tema Gerador no planejamento da Escola Municipalizada Leôncio Pires Dourado.

Trabalhar de forma interdisciplinar sempre foi o maior desafio da escola que trabalha com Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens Adultos, durante anos foram implantadas metodologias sempre almejando este fim. Nesta busca várias foram às dificuldades enfrentadas, principalmente unir os docentes em um só fim, pois antes de interdisciplinar o saber tinha que interdisciplinar as pessoas. Surgindo então, as primeiras idéias, idéias estas que foram tornando-se ações a partir do planejamento participativo, e com a formação do docente em exercício, utilizando o dia do planejamento mensal, não somente para fazer o plano, mas para realizar sessão de estudos, onde sempre foram trabalhados temas inerentes a problemas relacionados ao cotidiano da sala de aula.
Neste sentido, reafirma Libâneo (2001 p. 222):

A ação de planejar, portanto, não se reduz ao simples preenchimento de formulários para controle administrativo; é, antes, a atividade consciente de previsão das ações docentes, fundamentadas em opções político-pedagógicas, e tendo como referência permanente às situações didáticas concretas (isto é a problemática social, econômica, política e cultural que envolve a escola, os professores, os alunos, os pais, a comunidade, que interagem no processo de ensino).

Nesta forma de planejar consegue-se vencer o primeiro obstáculo para trabalhar de forma interdisciplinar, pois à medida que aconteciam os estudos, os docentes iam conhecendo a si e ao outro, como também algumas realizações de sucesso de outras Instituições educativas, e teorias que tivessem como foco uma prática interdisciplinar que eram socializadas. Como afirma Gardner (1995, p. 27) “a inteligência interpessoal opera, primeiramente, baseada no relacionamento interpessoal e na comunicação. Envolve habilidades de trabalhar cooperativamente com outros num grupo e a habilidade de comunicação verbal e não verbal”, de maneira a trabalhar a socialização pessoal e social.
Se a missão da escola tem como ponto principal “Educar para a vida”, como fazer isto, o que fazer para formar homens e mulheres aptos a participarem de uma sociedade capitalista e desumana? Será que trabalhando apenas com o método instrucional alcança-se o objetivo educacional? Eram estas as inquietações que permeava o ambiente escolar. E, em busca da solução destas é que surgiu a idéia de trabalhar com eixo temático e tema gerador, idéia esta surgida do trabalho com palavras geradoras de Freire (2005) utilizado geralmente na Educação de Jovens e Adulto.
Dado o segundo passo, fazia-se necessário envolver não só os docentes e educandos, mas sim a comunidade interna e externa da escola. Outro desafio a ser enfrentado, não bastava só utilizar um tema gerador, fazia-se necessário, encontrar uma forma onde pudessem sentir-se responsáveis pela sua origem, organização e realização, e que estas palavras fossem surgidas de problemas ou datas que fizessem parte da escola, não algo isolado das necessidades e interesses do cotidiano do docente e educando.

Os docentes desta escola detentores de uma visão futurista, são impulsionados pelo desejo de mudanças, de fazer do planejamento uma ação usando uma metodologia do fazer diferente, prosseguem com o ideal de trabalhar com projetos na escola para implantar o aprender a conhecer, o aprender como fazer, o aprender a ser pelo conviver, colunas que seguram toda e qualquer ação educacional. Mas, o que fazer diante de um currículo engessado, que por muitas vezes limitam a ação da escola? Por que trabalhar com projetos didáticos, não da forma tradicionalmente conhecida, onde cada docente elabora um Projeto Didático em sua sala de aula de acordo com os problemas de aprendizagem detectados, mas algo onde pudessem globalizar as ações e a comunidade escolar.
Dado o terceiro passo, a unanimidade em fazer diferente, algo criativo e envolvente, onde o aprender fizesse parte do cotidiano de forma prazerosa, os educandos pudessem desenvolver suas potencialidades, sendo levada em conta e compreendida pelos docentes as inteligências múltiplas desenvolvidas pelos indivíduos, de acordo com suas habilidades.(GARDNER, 2001).
Quarto passo, definição de um instrumento que contemplasse o como fazer?O que fazer? Como acompanhar este fazer pedagógico? Surge, então a formula tão pensada, planejada por todos com a denominação de Roteiro de Planejamento, que tem como pano de fundo os famosos projetos didáticos defendidos por alguns autores entre eles Jorge Santos Martins e Victor Parro, só com uma particularidade fundamental, o Eixo temático e o Tema gerador a ser trabalhado terão como ponto de partida os problemas inerentes à sociedade e a Escola, e envolverá a comunidade interna e externa, tendo como alicerce o planejamento mensal, que será sistematizado e desenvolvido em grupo, e suas ações serão acompanhadas através da culminância de cada planejamento.

Construindo e realizando o Roteiro de Planejamento Mensal.


1 – Passo – Definição do Eixo Temático e do Tema Gerador. O eixo temático sempre será ligado diretamente com os temas transversais. O tema gerador surgirá de datas ou problemas inerentes à sociedade ou a escola.

2 – Passo – Elaboração do Roteiro do Plano Mensal – Será realizada em grupos levando em conta as modalidades de educativas e áreas de conhecimento.
3 – Passo – Execução do Roteiro do Plano Mensal - O tema gerador servirá de base para que aconteça a interdisciplinaridade globalizada na escola, sempre com durabilidade de um mês.

4 – Passo – Acompanhamento das ações propostas no Roteiro de Planejamento Mensal – As ações serão acompanhadas através da culminância no final do mês, onde de forma criativa os educandos desenvolveram músicas, peças teatrais, que contemplem o Eixo temático e o tema Gerador do mês, e apresentaram para toda a comunidade.

Avaliando a metodologia do trabalho com Eixo Temático e Tema Gerador

Para avaliar o trabalho pedagógico realizado na escola utilizando a Pedagogia de Projetos, partindo de um Eixo temático e de um Tema gerador, foram entrevistados 35 professores utilizando um questionário aberto, com questões que permeiam todo o trabalho educativo. Também foram entrevistados 300 alunos, envolvendo todas as modalidades de ensino da escola, com estes foram utilizados questionários fechados.

De acordo com as respostas dos educadores e educandos, percebe-se que com esta metodologia conseguimos alcançar uma unidade no nosso fazer pedagógico dentre todas as questões vamos analisar apenas cinco de cada segmento entrevistados, que de certa forma retratam a realidade atual da escola e nos dão subsídios para confirmar os avanços alcançados com a implementação da pedagogia de projetos.
Respostas dos educadores:
Quando se pergunta: Planejar faz parte da sua ação educativa? Desta forma, 99% confirmaram que planejam, e apenas 1% utiliza esta ação mais ou menos. Isto significa que os docentes compreendem a importância do planejamento para executarem suas aulas com eficácia.
Ao perguntar aos educadores sobre os avanços alcançados pela comunidade interna e externa após seis anos da Implantação do Planejamento Mensal, partindo de um Eixo Temático e de um Tema Gerador, os mesmos citaram:
A – Maior autonomia por parte de educadores e educandos
B - Melhoramento na leitura e ortografia dos educandos, como também na questão ética, solidária e espiritual.
C - Participação efetiva dos pais e de outras entidades nos projetos desenvolvidos.
D - Participação de todos os funcionários da escola nas ações propostas no projeto mensal.
E – Implantação de projetos invesgativos.
F – Desenvolvimento de habilidades como; dança, teatro, música.
G – Relação interpessoal entre educador e educador, educandos e educandos, educador e educando, educador e direção, direção e educandos.
Estes avanços denotam que esta ação pedagógica possibilita uma intervenção no real e, algumas vezes uma maior centralização e aprofundamentos em alguns objetivos. Estes se vinculam uma ou mais áreas de conhecimento, mas sempre canalizados para uma intenção clara e previsível, desde do inicio do projeto.
Em face ao relacionamento interpessoal, quando se pergunta se este tipo de planejamento favorece ou não uma estreita relação entre educadores? 100% dos entrevistados afirmam que sim. Demonstrando a importância de uma boa relação entre as partes integrantes da escola, imbuídas de um mesmo objetivo.
No que diz respeito metodologia utilizada na Escola, pergunta-se: a mesma tem como resultado uma aprendizagem significativa? 99% educadores afirmam que após a implantação desta metodologia a aprendizagem tornou-se curiosa e agradável possibilitando aos educandos subsídios para desenvolverem outras habilidades, pois nesta busca educadores e educando vão necessariamente transitar pelas várias aéreas de conhecimento que possam contribuir para a compreensão daquele fragmento da realidade, num movimento de transdisciplinaridade.
Ao avaliar o envolvimento das partes integrantes da escola após seis anos contínuos de aplicabilidade, do Planejamento Mensal, tendo como pressuposto a aprendizagem significativa.(Eixo temático e tema gerador). Os educadores atribuíram alguns conceitos, que servirão como avaliação da proposta pedagógica inserida na escola.
Educador – 85% excelente 10% bom 5% regular
Educando – 75% excelente 10% bom 15% regular
Família - 70% excelente 15% bom 15% regular
Direção – 85% excelente 10%bom 5% regular
Pessoal de apoio – 80% excelente 15% bom 5%regular
Entidades outras: 50% excelente 20% bom 30% regular
Em face destas respostas, percebe-se que o trabalho com projeto é uma estratégia de trabalho em equipe que favorece a articulação entre os diferentes conteúdos e áreas de estudos como também possibilita a escola envolver todos os segmentos envolvidos na proposta, pois projetos bem orientados motivam todos a superarem conhecimentos, rompendo os limites do ensino tradicional, alteram substancialmente o sentido da aula, desfocando o modelo em que o educador fala e os alunos ouvem.

Respostas dos educandos:
A participação dos educandos na pedagogia de projetos é fundamental, pois ao repensar o fazer pedagógico a escola tem como objetivo máster capacitar os educandos a sobreviver neste século, não como coadjuvante, mas como ator principal; permitir o diálogo constante entre as disciplinas, possibilitando ao educando uma visão do conjunto do tema abordado; estimular a curiosidades para assuntos novos e inerentes a sociedade, com também sensibilizar a classe educacional da importância da mudança no fazer educativo.
Perguntou-se aos educandos; você aprende mais ao copiar, decorar ou pesquisar, onde 50% afirmaram que ao copiar, 5% ao decorar e 45% ao pesquisar, o que demonstra um avanço significativo após a implantação da proposta pedagógica, pois essa nova sociedade exigiu cidadãos criativos e utópicos, que deverão saber organizar suas idéias, escrevê-las, defendê-las, enfim projetar-se.
Ao perguntar aos educandos se os mesmos desenvolvem outras habilidades além da leitura e da escrita na culminância do projeto realizado a cada final de mês, 90% afirmam que sim 10% afirmam que não, fatores estes que denotam crescimento interativo nas demais áreas de conhecimento e um alto grau de conscientização na busca da construção do conhecimento e desenvolvimento de habilidades físicas e intelectuais.
Questionou-se, se no decorrer das aulas os educandos conseguiam entender que todas as disciplinas giravam em torno de único tema gerador, mesmo os educadores trabalhando conteúdos diferentes, no qual 80% dos educandos afirmam que sim enquanto 20% percebem mais ou menos e 5% não conseguem perceber esta interdisciplinaridade. O resultado desta amostra dar-se em virtude dos vários graus de conhecimento que vão desde da educação infantil, ensino fundamental e educação de jovens e adultos, onde existe diferentes níveis cognitivos por parte dos educandos.
Ao questionar se os educandos consideram o aprender desenvolvido na escola, criativo e prazeroso, 85% afirmam que sim, enquanto 15% consideram este aprender mais ou menos prazeroso, reafirmando que o método da pedagogia de projetos dar margem a certas variações, surgindo novas modalidades de ensino, como as unidades de experiências, surgidas da investigação do cotidiano dos educandos problematizado por eles próprios ou pelo educador, culminando num ambiente educacional criativo e prazeroso, onde o aprender acontece de forma encantadora.
Foi lançada a reflexão se a escola de fato está preparando os educandos para vencer na sociedade atual na qual obteve-se o resultado especifico da área em estudo, onde 80% dos educandos acreditam que sim, 5% afirmam que não, enquanto que 15% acreditam mais ou menos nesta ação. Denotando que a aprendizagem é realizada em situação real, integrando pensamento, sentimento e ação dos educadores.

Conclusão

É inegável a necessidade de alimentarmos uma educação próxima dos educandos, capaz de aguçar a criatividade, de despertar os gênios inventivos, de aperfeiçoar o temperamento e o caráter, bem como a capacidade de resistência e adaptação dos mesmos.
No contexto atual, é necessário levantar possibilidades e alternativas viáveis, articulando e colocando em ação conhecimentos, habilidades e valores, democratizando o saber para reconstruirmos a visão de mundo, que levamos séculos para sedimentar, e foi neste contexto e nessa nova visão acerca do ensino-aprendizagem que aconteceu esta quebra de paradigmas na Escola Leôncio Pires Dourado, após anos de uma educação instrucional, os educadores voltam o olhar para o novo fazer pedagógico, onde a interdisciplinaridade envolvesse não tão simplesmente as disciplinas, mas as pessoas envolvidas no processo educativo. A mudança na ação educativa desta escola fez com que fosse exemplo a ser seguido por outras escolas públicas, tornando-se referência no âmbito municipal, onde o ponto maximo desta proposta pedagógica deu-se com a implantação da pesquisa cientifica a partir da educação infantil que de certa forma teve sua origem ao implantarmos o planejamento mensal partindo de um eixo temático e de um tema gerador.

Referências

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BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO – Parâmetros Curriculares Nacionais – terceiros e quarto ciclos do ensino fundamental. Brasília: MEC, 1998.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 15. Ed. São Paulo: Paz e Terra,
GROSSI, Ester. LDB Lei de diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394/96. 3. ed. Rio de Janeiro: DP&A editora, 2000.Paulo, Petrópolis: Vozes, 1999.
HERNÁNDEZ, Fernando. Transgressão e mudança na educação. Porto Alegre, 1998.
LUCKESI, Cipriano. Elementos para uma Didática no contexto de uma pedagogia para a transformação. Anais da III CBE. São Paulo: Loyola, 1987.
.MARTINS, Jorge Santos. Projetos de pesquisa: estratégias de ensino e aprendizagem em sala de aula. Campinas: ARMAZEM DO IPE, 2005.
PADILHA, R. P. Planejamento Dialógico: como construir o projeto político-pedagógico da escola. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2001.
VASCONCELLOS, Celso S. Coordenação do Trabalho Pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. 6a ed. São Paulo: Libertad, 2006.

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