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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Breve Histórico da Iniciaçao a Pesquisa na Educação Básica na America Latina

Os caminhos da Iniciação a Pesquisa Cientifica na América Latina e no Brasil

O artigo “A física na América Latina atinge a maioridade” de Universitários Bolsistas do Grupo PET-Física, 2007, relata que a América Latina, região com 33 paises com um passado ao mesmo tempo rico em particularidades, e similar em termos de exploração e opressão externa, chega ao século 21, ainda com uma grande lacuna cientifica em relação aos paises desenvolvidos.Ainda hoje, lutam para libertar do papel histórico de consumidores de produtos de ideologias dos paises dominantes. Relata ainda que no campo da física, apesar da América Latina contar com mais de 500 milhões de habitantes, a região conta apenas com cerca de 40.000 físicos, dos quais somente 10.000 dedicam-se a pesquisa, enquanto que os Estados Unidos da América possui mais de 33.000 membros.

A tradição de pesquisa científica nos países latino-americanos se remete, por assim dizer, há décadas em que intelectuais e políticos comprometidos com o destino dos países estavam convencidos de que a ciência seria um fator de coesão social que levaria as grandes massas ao progresso e ao desenvolvimento das nações. É inegável que aquele ideal de esperança do século XIX nunca terminou de se modelar. Os repetidos golpes de estado - com as incertezas e regressos conseqüentes - e as péssimas políticas econômicas e de desenvolvimento social que tornaram opaca a vida cultural e política, frustraram o grande projeto da ciência moderna a serviço do destino nacional. Mas o fracasso da utopia também pode se explicar devido ao fato de que a sociedade não foi capaz de articular os laboratórios das universidades com as oficinas e as fábricas, o ensino com valorização do conhecimento, a ciência e a política de estado com a resolução dos problemas sociais profundos.

Trata-se, pois, de um obstáculo histórico de longa data em matéria de política econômica, educativa e científica, mas, também, de um problema de percepção social da ciência. Não é por acaso que atualmente nas sociedades da América Latina - e, por certo, também na Espanha e Portugal - flutue no ambiente a idéia errônea - mas fixa - de que a ciência e a tecnologia são luxos que podem se permitir os países desenvolvidos; na América Latina, entretanto, introduzimos o conhecimento do exterior.

A conseqüência desta imagem valorativa é perigosa posto que, por um lado, alimenta o pessimismo social enquanto a capacidade - e a conveniência - do desenvolvimento científico local, mas, mais alarmante ainda, legitima a idéia de que o país deve se acostumar a que não existem caminhos alternativos possíveis a respeito.

Poderiam se usar dois indicadores de ciência e tecnologia disponíveis para demonstrar que este raciocínio está pelo menos desajustado - se bem, como costuma ocorrer, leva uma cota de verdade. Desde meados dos anos 50, se desenharam políticas científicas, em certas ocasiões com planos e programas de reconhecido êxito. Também existem grupos de pesquisa de relevância internacional, com uma vasta tradição disciplinar, assim como empresários que, com as limitações que os rodeiam se esforçou por se adequar às exigências da internacionalização da economia e da inovação. Todavia, o divórcio entre ciência e sociedade tem manifestações concretas. Em geral, a sociedade não espera que a ciência solucione seus problemas mais imediatos.

Algumas universidades latino-americanas são bastante antigas, datando do século XVI, como as de São Domingos (1538), na República Dominicana, de Lima (1551), no Peru, e a do México (1553). No México, o curso mais antigo é o da Faculdade de Ciências da Universidade Nacional do México (FC-UNAM), responsável pela emitiu seu primeiro diploma de bacharelado em 1942 e o de doutorado em 1956. Percebe-se que em todos as áreas de conhecimento as pesquisas desenvolvidas na Americana Latina, estão abaixo da realidade dos paises Europeus.

Um dos pontos mais relevantes do progresso cientifico nas nações subdesenvolvidas é a relação entre universidade-empresa, possibilitando que as novidades na ciência gerem novas tecnologias, culminando com progressos científicos. Portanto esta relação é fundamental, pois através de investimentos das empresas nas universidades, acabam por ser um ponto determinante na ascensão cientifica na Americana Latina e nas demais nações. Podemos citar os casos do Japão (na década de 1960), Coréias do Sul (década de 1980), e mais recentemente o caso da China.

No entanto ainda existem grandes dificuldades na América Latina que acabam dificultando esta relação universidade-empresa, devido ao pequeno número de físicos e engenheiros capacitados, e o pouco interesse da indústria em investir em ciências e tecnologia. Entretanto mesmos com estas dificuldades o Brasil pode celebrar alguns avanços nesta área como: O desenvolvimento de materiais ópticos e de tecnologias de telecomunicação no Brasil. O lançamento do programa para o desenvolvimento óptico, resultado da parceria entre a Universidade Estadual de Campinas, em 1971.

Nesta mesma época nas CPQD, Centro de pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações, que além de fabricar equipamentos, produz artigos científicos de alta qualidade, sendo considerado o maior centro em telecomunicações na América Latina na área, este exemplo retratam de certa forma o elo bem sucedido entre ciência técnica, universidade e empresa.

O Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento são responsáveis nos últimos anos por investimentos que dão suporte ao progresso cientifico na Americana Latina por um período de 5 a 10 anos. Podendo citar também o Programa Ibero-americano de Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento (CYTED) que é um programa intergovernamental fundado em 1984, integrado por 19 paises da América Latina, além de Portugal e Espanha. Sendo que os paises participantes contribuem financeiramente, em especial Espanha, Brasil e México, o resultado desta junção entre os paises culminou com o envolvimento de 10.000 cientistas e técnicos em 16 subprogramas, 85 projetos de cooperação, 65 redes temáticas e 124 projetos inovadores.

Entretanto, mesmos com alguns investimentos na pesquisa cientifica e de algumas descobertas fundamentais para o desenvolvimento mundial por parte de alguns cientistas latino-americano, a diferença no numero de cientistas entre a América Latina e os Estados Unidos e Europa, ainda é muito grande, visto que, o número de cientistas por per capita na América Latina e três vezes menor que nas demais nações.

3.2 Uma Experiência de Sucesso – ONDAS Programa – Formação de Jovens Investigadores.

Programa ONDAS: formación de investigadores jóvenes

COLCIENCIAS realiza cada año, con el apoyo del SENA, la Gobernación de Santander y la Secretaría de Educación Departamental una convocatoria para el apoyo de proyectos de investigación propuestos y desarrollados por los niños, niñas y jóvenes de Colombia. COLCIENCIAS realizados a cada ano, com o apoio do Sena, o governador de Santander ea Secretaría de Educación Departamental uma chamada para apoio a projectos de investigação propostos e desenvolvidos para crianças e jovens da Colômbia.

El programa, denominado ONDAS, está dirigido a grupos escolares de instituciones educativas públicas y privadas, urbanas y rurales, y clubes de ciencia infantiles y juveniles. O programa, chamado ONDAS, é dirigida a grupos escolares de instituições educacionais públicas e privadas, urbanas e rurais, e a clubes de ciência para crianças e jovens.

Como apoyo al Programa ONDAS, la UDES firmó un convenio con la UNAB, universidad que lidera este proceso. Como o suporte para as ondas, a U de S assinou um acordo com o UNAB universidade que leva este processo. El convenio pone a disposición los profesores de las áreas de ciencias básicas, biología, química, física, ambiental y microbiología, con el propósito de capacitar a los profesores de escuelas y colegios para que conozcan y desarrollen procedimientos en los laboratorios de la UDES. O acordo põe à disposição dos professores nas áreas de ciências básicas, biologia, química, física e microbiologia ambiental, com o objetivo de formar os professores nas escolas e colégios para aprender e desenvolver procedimentos nos laboratórios da U de S. "Se trata de un staff de profesores y de laboratorios como aporte a la formación de recurso humano que genere iniciativas con innovación y creatividad, con un trasfondo investigativo, ecológico, y de motivación y curiosidad de los estudiantes para saber lo que somos y cómo lo hacemos". "Esta é uma equipe de professores e laboratórios, contribuíram para a formação de recursos humanos das iniciativas que irão gerar inovação e criatividade, com um fundo de investigação, ecológicos e de motivação e curiosidade dos alunos para saber o que somos e como nós fazer. La Convocatoria de este año esta en proceso de verificación, luego habrá un encuentro con los docentes y los estudiantes de las escuelas y colegios que participan. Chamar este ano neste processo de verificação, haverá uma reunião com professores e alunos de escolas e colégios envolvidos.

¿ Cómo funciona ONDAS? Como ONDAS?

Una vez los proyectos se evalúan, se realiza una serie de actividades de acompañamiento, de verificación, de participación de alumnos y maestros, ya que muchos de estos proyectos tienen gran impacto en la comunidad, por ejemplo, saneamiento básico, agua potable, manejo de basuras y desechos y otras propuestas que apuntan a mejorar la calidad de vida de las personas. Quando os projetos são avaliados, uma série de atividades de acompanhamento, a verificação da participação de estudantes e professores, já que muitos desses projetos têm um grande impacto sobre a comunidade, como saneamento, água potável, de gestão lixo e detritos e outras propostas que visam melhorar a qualidade de vida.

Después se realiza un seguimiento para verificar los procesos, y al final de cada año, se hace una presentación de los resultados. Depois se segue a verificar os processos e no final de cada ano, uma apresentação dos resultados. Con está evaluación de los proyectos es posible una continuidad en la siguiente convocatoria, se trata de una filosofía que favorece la investigación en educación media para fortalecer capacidades. Esta avaliação dos projetos é de uma possível continuação na próxima chamada, esta é uma filosofia que promove a investigação no domínio da educação para reforçar capacidades.

Orígen Origem

Durante más de una década, Colciencias ha impulsado diferentes programas dirigidos a fomentar una cultura de la Ciencia y la Tecnología entre los niños(as) y jóvenes del país. Por mais de uma década, Colciencias tem promovido vários programas para promover uma cultura de ciência e tecnologia entre as crianças (as) e da juventude do país. Fruto de ello son sus aportes a iniciativas como Maloka y ACAC (Asociación Colombiana para el Avance de la Ciencia). O resultado é que as suas contribuições para iniciativas como Maloka e acac (colombiano Associação para o Progresso da Ciência). Igualmente, ha desarrollado programas dirigidos a las escuelas colombianas como Cuclí?Cuclí y más recientemente el programa Cuclí-Pléyade, a través del cual se financiaron más de trescientos proyectos de investigación realizados por niños (as) y jóvenes. Ele também tem desenvolvido programas para escolas e colombiano Cuclí? Cuclí e mais recentemente a Cuclí-Pléyade programa, através do qual financiou mais de três projetos de investigação realizados pelos filhos (as) e da juventude.

Qué es O que é

El Programa Ondas es la estrategia fundamental de Colciencias orientada a la apropiación de la ciencia y la tecnología en la población infantil y juvenil mediante la coordinación de esfuerzos realizados por diversas instituciones y el diseño de una metodología encaminada a conquistar el interés y la pasión en la población infantil y juvenil por la investigación científica y tecnológica. Esta metodología consiste en la realización de investigaciones sugeridas y desarrolladas por los niños, niñas y jóvenes con sus maestros y con el acompañamiento de instituciones y personas vinculadas al desarrollo científico y tecnológico en las diferentes regiones del país. Ondas Programa é a estratégia fundamental de Colciencias orientar ação da ciência e da tecnologia sobre as crianças e jovens através de esforços coordenados de várias instituições ea concepção de uma metodologia destinada a captar o interesse e a paixão pela crianças e jovens para a investigação científica e tecnológica. Esta metodologia consiste em conduzir investigações sugeridas e desenvolvidas pelas crianças e jovens com seus professores e com o apoio de instituições e indivíduos ligados ao desenvolvimento científico e tecnológico em diferentes regiões o país.

Hoy el Programa de Ondas es la propuesta que hace Colciencias a las regiones con el fin de estimular el desarrollo de la ciencia y la tecnología desde la escuela básica y media. Hoje, o programa é a proposta que faz Colciencias Waves às regiões, a fim de estimular o desenvolvimento da ciência e tecnologia a partir da escola elementar e médio. El Programa decanta los principales aprendizajes obtenidos en la realización de proyectos anteriores, entregando una propuesta más amplia y estructurada, que se articule con las políticas departamentales y nacionales de ciencia y tecnología. O programa escolhe os principais aprendizados a partir de projetos anteriores, proporcionando uma mais abrangente e estruturada, que malhas com as políticas nacionais e departamentais da ciência e da tecnologia.

Objetivos Objectivos

OBJETIVO GENERAL El objetivo principal del Programa Ondas es el fomento de una cultura de la ciencia y tecnología mediante el apoyo a investigaciones sugeridas y desarrolladas por los niños, niñas y jóvenes de las diferentes regiones del país. O objetivo do Programa Waves está a promover uma cultura de ciência e tecnologia através do apoio à investigação e surgidas e desenvolvidas pelas crianças e jovens de diferentes regiões do país.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

1. Contribuir al diseño y desarrollo de políticas y estrategias de educación y comunicación para fomentar la cultura de la ciencia y la tecnología en niños, niñas y jóvenes. Contribuir para a concepção e desenvolvimento de políticas e estratégias de educação e comunicação para promover a cultura da ciência e da tecnologia em crianças e adolescentes.

2. Fortalecer a las regiones del país en su capacidad de fomentar la ciencia y la tecnología mediante la promoción de la participación de los distintos sectores de la sociedad para que apoyen con recursos de conocimiento, técnicos y financieros, los procesos de investigación en la población infantil y juvenil. Reforçar as regiões do país na sua capacidade de promover a ciência ea tecnologia, promovendo a participação de diferentes setores da sociedade para apoiar com recursos do conhecimento, técnica e financeira nas crianças e nos processos de investigação juventude.

3. Estimular la realización de proyectos de investigación diseñados y desarrollados por niños, niñas y jóvenes de todo el país. Estimular projetos de pesquisa projetado e desenvolvido para crianças e jovens em todo o país.

4. Diseñar e implementar estrategias de comunicación, dirigidas a impulsar el desarrollo de la ciencia y la tecnología desde la educación básica y media. Desenhar e implementar estratégias comerciais, visando impulsionar o desenvolvimento da ciência e da tecnologia de ensino primário e secundário.

30 de junio de 20077

Esta diferença entre os números de cientistas está diretamente ligada ao tipo de aprendizagem praticada nas Escolas Brasileiras, onde o incentivo à pesquisa cientifica a mais ou menos 10 anos atrás só era praticado nas Universidades, na maioria das vezes como obrigatoriedade para o termino do curso, ou seja, a missão do ensino universitário que é extensão e pesquisa faz parte apenas do projeto pedagógico das Universidades, onde na prática, a pesquisa fica de certo modo excluída do Ensino. E é esta a grande preocupação dos alguns teóricos adeptos de uma Educação construtivista, onde a indagação é o ponto inicial para a aquisição do conhecimento como cita Pedro Demo (1996 p.5):

O que melhor distingue a educação escolar e universitária é a sua instrumentação pela pesquisa. Por outro lado, se não aparecer esta instrumentação, ficará sem distintivo próprio, não se diferenciando de outros lugares educativos na sociedade. Educar pela pesquisa do conhecimento. Este é o meio, educação é o fim.

Compreende-se então que não pode existir educação sem pesquisa, ou,

vice e versa . Esta teoria tornar-se-á prática a partir do momento que este olhar pesquisador seja provocado a partir da educação infantil.

De acordo com a Conferência Mundial sobre Ensino Superior realizada pela Unesco em Paris, em 1998, e que teve a co-participação da Associação Internacional de Universidades conseguiu agregar mais de 3.000 pessoas. Uma das conclusões desta conferência pode ser resumida numa frase: "Não há condições de uma Nação querer ser moderna com desenvolvimento social e econômico se não tiver base científica e tecnológica". Depois de uma semana de discussão, esta resultante, embora possa parecer simples, é relevante, pois agora não se trata mais de um período em que os grandes vencem os pequenos, os rápidos vencem os lentos, nem mesmo em que os ricos vençam os pobres, mas sim os que sabem vencem os que não sabem.

Percebe-se que o movimento que coloca a Iniciação a Pesquisa Cientifica como a saída para o desenvolvimento cientifico e tecnológico das nações data-se desde década de 90, sendo que esta se tornou mais consistente a partir de 2000, tendo como defensores alguns teóricos de renomes como Paulo Freire, Marcos Bagno, Hernandez Como é que o Brasil conseguirá êxito se, para termos desenvolvimento social e econômico, precisamos possuir base científica e tecnológica? Como estamos no Brasil? E como nos enquadramos internacionalmente? Sem dúvida, temos pessoas qualificadas em todos os ramos de conhecimento, suficientes para transitar internacionalmente sem nos causar nenhum constrangimento, dialogando em condições de igualdade profissional. Então, por que não temos esta verdade tão explícita e visível? Simplesmente porque, se na qualidade possuímos pessoas com esses méritos, na quantidade os números são medíocres.

Representamos ainda um número insuficiente para que o Brasil possa ser incluído no rol de países da vanguarda técnico-científica. Portanto, como resolver essa incógnita da equação sobre o capital humano? Onde está a real dificuldade? O problema é que temos 170 milhões de habitantes e apenas 1,2% de estudantes no curso superior. Destes 2 milhões de estudantes no curso superior, um terço está em universidades públicas gratuitas, enquanto os outros dois terços encontram-se em universidades privadas e pagas, sendo que a qualidade institucional ainda predomina nas públicas. Embora se observem raras decisões estratégicas e de vontade política de instituições privadas no sentido de desenvolverem pesquisa, ainda há uma diferença enorme nesta atividade a favor das instituições fomentadas pelo poder público.

Este dado é importante, pois a qualidade docente e a do ensino são diretamente vinculadas à geração e ao domínio do conhecimento e não apenas à sua transmissão. Têm-se então apenas um terço dos estudantes nas instituições públicas e dois terços nas particulares, o número fica assustador quando você faz a seguinte questão: dos 170 milhões de pessoas no país, havendo 2 milhões estudando no curso de graduação superior, quantas passam para o sistema de pós-graduação? Apenas 80.000 estão matriculadas na pós-graduação, sendo que, num curso de prazo longo, um número alto destes estudantes evade do sistema de pós-graduação. Basta dizer que, em 1996, o Brasil fez 2.500 doutores, enquanto os Estados Unidos formou 36.000 no mesmo ano. Dos 2.500 doutores titulados no Brasil, 50% obtiveram seus títulos na USP; 80% foram titulados no Estado de São Paulo e 20% distribuídos em apenas outros cincos estados do país. Portanto, tem-se uma convergência quanto à concepção de que o país é científica e tecnologicamente dependente do Sudeste, para não dizer de São Paulo. A Universidade norte-americana que mais doutores titulou em 1996 foi a Universidade da Califórnia, em Berkley, que formou 806 doutores, de um total de 36.000. Aqui em São Paulo, dos 2.500 doutores, a USP formou 1.260.

Quando se verifica a produção científica, a análise fica ainda pior, porque a ciência não é um processo episódico e nem instantâneo, uma vez que possui uma ação incremental, de tradição, de tempo e de maturação intelectual, sendo, portanto, fruto de três vertentes muito relevantes e indissociáveis: constante capacitação das pessoas; infra-estrutura adequada; e investimento permanente. O Estado de São Paulo fica outra vez imbatível quando comparado com outros estados ou mesmo com países latino-americanos. Esse ano o Estado investirá 2,4 bilhões de reais no sistema público de ensino superior, ciência e tecnologia. O Estado é responsável por três Universidades, 19 Institutos de Pesquisa e pelo maior centro de ensino técnico (superior e médio) da América Latina, que é o Centro Paula Souza, com 108 escolas, sendo 99 de ensino médio e nove de ensino superior (Fatecs), distribuídas em quase 100 municípios do Estado.

Todo esse sistema de ensino e pesquisa tem uma instituição de apoio, fruto de um descortino absolutamente louvável da sociedade paulista, quando, em 1947, por ocasião da primeira Constituinte Estadual, foi criado pela Assembléia Legislativa um fundo constitucional de recursos para a pesquisa, que iniciou suas atividades em 1962 com a Fapesp Fundação de Amparo à Pesquisa. Só a Fapesp investiu no Estado, entre 1995 e 1998, 1,2 bilhão de reais em infra-estrutura e projetos de pesquisa, o que equivale a 300 milhões de reais por ano, ou a R$ 1 milhão por dia útil. A Lei que rege a Fapesp desde a sua criação adota um princípio que estabelece o seguinte: "A Fapesp tem como finalidade o amparo à pesquisa para as pessoas físicas ou instituições jurídicas, quer sejam públicas ou privadas." Ou seja, ela incorpora conceitos absolutamente justos: não está voltada apenas para as instituições jurídicas, pois permite preferencialmente o acesso individual ou em equipe de pesquisadores; não é somente para o poder público, porque também é aberta para o sistema privado; não é para paulistas, mas sim para quem reside no Estado de São Paulo.

Todas essas possibilidades ainda encontram atualmente apenas um obstáculo que prejudica o acesso das instituições que são mais jovens, por quê? À medida que a comunidade científica cresceu, a Fapesp aumentou as exigências de mérito tanto do solicitante como do projeto apresentado. O sistema tornou-se de fácil acesso para quem já possui doutorado, mas é praticamente inacessível para quem ainda não tem esta titulação ou equivalência como pesquisador. Assim, as pessoas que estão nas instituições mais jovens, em que ainda predominam as não tituladas e, portanto, sem acesso direto, devem se agregar a pesquisadores consolidados que submetem seus projetos e obtêm financiamento. Este procedimento da Fapesp confere proteção importante e boa credibilidade ao pesquisador. Tendo em vista que o financiamento é dado ao pesquisador e não à instituição, aquele que consegue ser fomentado pela Fapesp e posteriormente, por uma razão qualquer (de opção de vida, ou de outra natureza), tiver que trocar de instituição, leva todo o projeto consigo para a nova instituição. O compromisso perante a Fapesp é do projeto sob a responsabilidade de quem conquistou a sua execução.

Contudo, se temos instituições e pessoas se qualificando, embora ainda em número pequeno, qual a alternativa adotada pela comunidade acadêmica e que se tornou uma tradição que conseguiu êxito? Foi a de estimular a juventude a fugir da rotina escolar, deixando de somente deglutir informações e regurgitá-las nos dias das provas, de passar o curso inteiro sem fazer nada além de assistir aulas, terminar o curso, pegar o diploma e tentar se inserir no mercado de trabalho. Isso gera no estudante uma atitude passiva, não desenvolve seu senso de análise crítica, inibe as idéias inovadoras e, principalmente, lhe confere uma impressão errônea de que o ensino superior é um "colégio de 3o grau", com uma rotina igual àquela dos ensinos fundamental e médio.

Nos últimos anos, o Brasil conquistou importantes avanços na ciência e tecnologia, ocupando atualmente a 17ª posição no ranking mundial de produção de novos conhecimentos científico, pouco distante de países como Japão, Alemanha, Inglaterra e França. Por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o MEC investe na formação de recursos humanos no país no exterior, na cooperação acadêmica internacional, na avaliação da pós-graduação brasileira (mestrado e doutorado) e no acesso e divulgação da produção científica nacional e internacional (Haddad, 2005).

No Brasil as bibliotecas universitárias são as detentoras das principais, maiores e melhores coleções de periódicos, ou seja, para ter acesso à literatura cientifica precisa-se estar vinculado a alguma instituição que tenha biblioteca. Diante disso, sobressai a evidente vantagem de uma publicação eletrônica, cujo número de acessos, de leituras e de cópias em nada sobrecarrega os custos da produção.

Para democratizar o acesso à produção científica e subsidiar a pesquisa brasileira, a Capes também disponibiliza o portal de periódicos, um dos maiores bancos de informações científicas do mundo e o maior da América Latina. O portal da Capes foi criado para universalizar o acesso à informação no meio acadêmico-científico e atende a cientistas, pesquisadores, professores e estudantes.

A formação de recursos humanos e a produção científica brasileira dependem em grande parte do investimento de recursos públicos. Formar mestres e doutores mais produtivos equivalem a investir melhor o recurso público. O resultado deste investimento dificilmente pode ser medido com precisão - a riqueza gerada está principalmente na mente dos pesquisadores formados. Por outro lado, os trabalhos defendidos pelos pós-graduados são resultados concretos do investimento de recursos públicos na formação de pós-graduação que podem (ou devem) estar à disposição da sociedade (Pacheco & Kern, 2001).

No Brasil em 2005 foram investidos 1,24% do PIB em Ciência e tecnologia. Sendo o setor privado o maior responsável por quase metade dos investimentos. Um ponto a se destacar é que 80% das pesquisas desenvolvidas no Brasil são feitas nas universidades, em grande parte pública. O Brasil também possui a maior e qualificada comunidade cientifica da Americana Latina. No ano de 2004 foi responsável por 46,61% dos artigos científicos da América Latina e 1,73% do mundo. Já em 2005 a produção brasileira cresceu em 19% em relação a 2004, totalizando 14.681 trabalhos.

Em artigo na Mídia-Impressa: O Estado de São Paulo (11.09.2008), as jornalistas Simone Iwasso, Maria Render relatam que o Brasil está ficando para trás na comparação com outros países em desenvolvimento quando se trata de produzir conhecimento novo e de convertê-lo em resultados prático a conclusão é de um estudo inédito do Banco Mundial (BIRD).

O Brasil está publicando pesquisas em um ritmo bastante aceitável, tendo hoje 2% dos artigos científicos de revistas e jornais internacionais. Mas, o número de patente é baixo, 0,18% das patentes internacionais são brasileiras.

Mencionam ainda que segundo o autor Alberto Rodrigues enquanto outros países em desenvolvimento, como China, Índia e Coréia, estão se transformando em produtores de conhecimento graças a investimentos na formação de pesquisadores em áreas tecnológicas, alavancando suas economias o Brasil segue dependente de bens naturais, crescendo em um ritmo menor “Apenas 19% dos estudantes de ensino superior no Brasil estão nas áreas de ciências e engenharias, no Chile são 33% , na China, 53%”.

3.2 Os caminhos da Iniciação a Pesquisa Cientifica no Estado do Maranhão e no Município de Imperatriz-Ma

O Estado do Maranhão é uma das 27 unidades federativas do Brasil, localiza-se no oeste da Região Nordeste, tem limites com Oceano Atlântico, o Piauí (L), Tocantins (S. SO ) e o Pará (O), o mesmo é um pouco maior que a Itália e um pouco menor que a Alemanha. Possui uma área de 331.983,293 km². Tendo como capital a cidade de São Luis e outras cidades importantes, como Imperatriz-Ma, Açailândia, Timon e outras.

Este Estado tem uma população estimada no ano de 2007 em 6.118.995hab. Seu clima é tropical e sua economia é diversificada, contando com várias fontes de produção para o seu desenvolvimento dentre elas a pecuária, comércio, indústria, entre outros. Apesar de contar com varias Escolas de Ensino Fundamental, e Universidade Estadual e Federal, a educação ainda é um dos maiores problemas atuais encontradas visto que em 2007 o índice de analfabetismo ainda é alto. Pois há no Brasil cerca de 800 mil jovens analfabetos. Onde os índices de analfabetos são maiores em estados como Alagoas( 8,2%), Piauí (7%) e o Maranhão (6,6%) de acordo com Pesquisa realizada no ano de 2007, pelo Programa Brasil Alfabetizado

No processo de construção cientificista no Maranhão, passou por vários fatos, todavia o de maior expressividade foi a publicação e divulgação da Revista Maranhense em meados dos séculos XIX e XX. A revista maranhense surgiu em 1887, com publicação mensal literária e cientifica. Vale ressaltar que esta publicação era escrita por rapazes de classes médias de famílias tradicionais da época. Os municípios que compõem o Estado do Maranhão são localizados em pontos distantes, porém a Revista fazia a cobertura, abrangendo todo o estão, pois cada região tinha correspondentes, que naquela época eram conhecidos como sócios colaboradores, ressaltando que estes na sua maioria eram mulheres, principalmente professoras.

Ciência, cultura e sociedade faziam parte do conteúdo da Revista Maranhense. Com a publicação desta revista houve reflexões em torno da ciência, ocasionadas pelas descobertas cientificas da época, e pela busca de conscientização da contribuição da ciência para o desenvolvimento para o desenvolvimento do Estado, estas reflexões foram desencadeadas por grupos de líderes intelectualmente fortes, que foram a base para a formação das primeiras instituições de pesquisa do país.

Podendo destacar algumas novidades algumas atividades importantes como a Conferência da Glória, que teve inicio no dia 23 de novembro de 1873, eram conhecidas por este nome por que foram realizadas nas Escolas Publicas da Freguesia da Gloria, na Corte. Também pode ser citada a Criação da Revista Brasileira: Jornal de Sciencias, Letras e Artes, escrita pelo Jornalista Candido Baptista no século XIX.

Um dado importante a se pontuar é que a Revista Maranhense era reflexo da Revista Braziliense, pois possuía os mesmos moldes que ela, influenciando os intelectuais do momento, que buscavam associar o desenvolvimento social do Estado ao desenvolvimento da ciência e a valorização da educação. Segundo o artigo Revista Maranhense: Veiculo de Divulgação Cientifica no Estado do Maranhão. (Lima e Oliveira, século XXI), o Estado do Maranhão é um dos últimos no ranking dos que mais desenvolve Ciência e Tecnologia, em virtude do isolamento da comunidade científica maranhense, do processo institucional de controle e fomento do setor. Embora com os esforços dos intelectuais em esclarecer a importância e a necessidade da ciência e tecnologia (C&T), para a sociedade, infelizmente no quadro atual o Estado e a Sociedade ainda não compreendem que os atrasos destes dois setores representam prejuízo em todas as aeras que compõem o Estado.

Neste mesmo Artigo é mencionado que após vários anos, mais exatamente no dia 12 de março de 1916, a Revista Maranhense renasce e lança seu n. º 1. Os rapazes que formavam o 1º grupo que integraram o primeiro número da revista publicada em 1916 chamavam-se Astrolábio Caldas, Fuljêncio Pinto, José Monteiro e Francisco Figueiredo, além dos colaboradores. Pelos artigos presentes na primeira edição de 1916 demonstra que se tratava de jovens preocupados com a instrução e com a tradicionalidade que a cidade na época, ou anterior àquela época, tinha em produzir poetas tais como Gonçalves Dias, Aluízio e Artur Azevedo consagrados nacionalmente, além de João Lisboa e Antonio Lobo

(fundador da Academia Maranhense de Letras) que quando morreu recebeu menção honrosa

na revista.

Outro ponto a ser destacado foi a criação da Escola de Ensaios, que surgiu das discussões promovidas pelos intelectuais da Revista Maranhense, tendo como objetivo promover palestras e debates científicos e literários à comunidade estudantil do Maranhão a mesma foi criada em 1919 por Astrolábio Caldas e os funcionando nas Conferências da Glória. Para divulgação dos seus trabalhos os jovens contavam com o Diário de São Luis, Diário do Maranhão, O jornal e outros meios de comunicação. Muitos temas foram refletidos pela Escola de Ensaio entre eles “Glória”e a “Renascença”foi publicada na Revista Maranhense (n 49, 1920).

E fundamental analisar um trecho desta publicação também citado no Artigo já citado anteriormente.

Houve uma época em que o Maranhão refulgiu de glorias literárias, um período de fortuna, embebida na prodigiosa riqueza do solo, gozando a farta a vida regada do bem estar que o elemento servil fornecia, surgiam espíritos translúcidos como faróis luminosos em meio da penumbra. A sede de saber acordou na mocidade as faculdades da inteligência, conduzindo-a aos estabelecimentos de ensino que se gloriavam do rigor da disciplina.

Esta citação de certa forma demonstra a riqueza literária da época, e denota a preocupação dos intelectuais a cerca da importância da cultura, ciência para o desenvolvi -

mento do Estado. Como se percebe a iniciação a pesquisa científica no Maranhão transitou por momentos de oscilancia, sendo que estas estão diretamente ligadas a cada Governo da época. Podem-se destacar alguns órgãos responsáveis pela iniciação a pesquisa neste Estado como:

O Centro de Pesquisas Inovações Invenções Cientifica Tecnológicas do Estado do Maranhão, identificada pela sigla CICTEMA, é uma entidade sem fins lucrativos, representativa e realizadora dos interesses da Ciência e Tecnologia do Estado do Maranhão, promover e incentivar o desenvolvimento cientifico a capacitação tecnológica, pesquisa, inovações e invenções, Tendo como filiados: profissionais das áreas cientifica tecnológica como: cientistas, pesquisadores, professores, estudantes da rede de ensino pública, privada fundamental, médio, técnico profissionalizante, superior e outros.

Outro órgão importante para esta construção cientifica é a Fapema criada em 1990, extinta em 1998, e reinstituída em 2003 como parte da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sectec), a Fapema, hoje, é um agente de desenvolvimento, que incentivo o uso da pesquisa na superação dos indicadores sócio-econômicos do Maranhão.

A ciência é uma parceira fundamental do desenvolvimento. Não são apenas as nações ricas que podem investir em ciência. A ciência é um processo dinâmico que pode ser iniciado por aqueles que tenham interesse em contribuir com o conhecimento humano. O Maranhão é um exemplo concreto desta possibilidade. Em 2005, contava com cerca de 200 doutores. Hoje, esse número cresceu para 430. Em 2008, foram aplicados mais de seis milhões de reais em projetos que vão desde a iniciação científica júnior até o pós-doutorado··Os Estados Maranhão no que diz ao Governo atual, tem investido muito em Ciências e Tecnologia, para comprovar esta afirmação será transcrito na integra o programa lançado pelo governo estadual:

3.2.1 2009: O Ano da Inovação

Implementação do Programa Inova Maranhão é uma das ações de desenvolvimento estratégico proposta para este ano pelo Governo do Estado

A criatividade e a inovação dos brasileiros têm se destacado de forma crescente no cenário mundial. A ciência produzida pelo país, por exemplo, tem se tornado referência, principalmente quando se leva em conta experimentos simples, extraídos do cotidiano, que são revertidos em benefício da população. Acompanhando essa perspectiva, a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) tem se empenhado cada vez mais em difundir na sociedade a utilização da ciência, tecnologia e inovação como instrumentos de transformação sócio-econômicos.

A Fapema, hoje, é um agente de desenvolvimento, que incentiva o uso da pesquisa na superação dos indicadores sócio-econômicos do Maranhão.

O estado vive um momento de intensa produção científica, que precisa ser difundida e revertida em benefício dos maranhenses. O grande desafio da Fapema é fomentar essa ciência, nos diversos campos do saber, em busca de patentes e produtos que atinjam um objetivo social e o desenvolvimento regional. Para estimular esta produção, iniciativas como o Prêmio Fapema são fundamentais. Este projeto tem testemunhado o amadurecimento e o compromisso dos pesquisadores maranhenses.

E foi com o propósito de legitimar o conhecimento científico gerado no estado e pensando na atração de investimentos na tecnologia e inovação, que o Governo do Maranhão, por meio da Sectec e da Fapema, lança o Programa Estadual de Incentivo à Inovação Tecnológica, o “Inova Maranhão”.

O Programa é resultado de uma série de projetos e parcerias postas em andamento em 2008 e levará, a partir desse ano, o empreendedorismo inovador no Maranhão a um novo patamar. A idéia é difundir a cultura da inovação, além de financiar projetos que apresentem ou que contribuam para a descoberta de inovações tecnológicas em produtos, processos ou serviços oferecidos por empresas ou consórcios empresariais, desde que maranhenses e classificados como micro ou pequenas empresas.

O Inova Maranhão contempla 10 grandes ações que se complementam e vai fortalecer a interação Universidade-Empresa, fazendo com que o conhecimento gerado nas universidades e centros de pesquisa do Maranhão converta-se em valores econômicos e sociais.

O Programa Inova Maranhão é composto por 10 ações estratégicas:

(1) Na sua primeira ação dentro do Programa, a Fapema estruturou seu Centro de Inovação Tecnológica - CIT, cujo objetivo é difundir a cultura da Inovação tecnológica, no meio empresarial e na academia, com palestras, workshops e com o apoio à implantação dos Núcleos de Inovação tecnológica - NITs nas Universidades.

(2) A Fapema lançou em novembro de 2008 o edital PAPPE (Projeto de Apoio à Pesquisa nas Pequenas e Médias Empresas) para financiamento de projetos de inovação tecnológica em empresas maranhense na modalidade Subvenção Econômica.

(3) A Fundação lançará, no início deste ano, a chamada pública "Pesquisador na Empresa" – RHAE (Recursos Humanos para Atividades Estratégicas), que dispõe de recursos que serão utilizados na concessão de bolsas para contratar pesquisador (mestres e doutores) para atuar em micro, pequenas e médias empresas maranhenses.

(4) Outro marco importante do programa Inova Maranhão é a elaboração da Lei Estadual da Inovação em parceria com a SINC, SEBRAE, SECTEC e FIEMA. Esta Lei tem o mérito de regulamentar o investimento estadual na área e de criar o FIIT (o Fundo Estadual de Incentivo à Inovação Tecnológica) além de outras providências importantes. A Lei está sendo encaminhada ao Governador Jackson Lago e à Assembléia Legislativa para aprovação.

(5) Em outra ação, a Fapema consolidou a categoria "Inovação Tecnológica" do Prêmio Fapema como ferramenta de incentivo à Inovação Tecnológica nos pesquisadores e nos empreendedores em suas empresas.

(6) A Fapema está criando o conceito "Selo Empresa Inovadora" para incentivar e prestigiar as empresas que estão se esforçando em gerar inovações por meio da investigação científica.

(7) O Projeto "Encontros Tecnológicos" é mais uma iniciativa do programa que busca aumentar a interação Universidade-Empresa para solução de problemas tecnológicos específicos que as empresas enfrentam. O intuito é firmar parcerias entre a empresa e a academia para financiamento de projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em áreas diversas de conhecimento dentro do interesse da empresa.

(8) A Criação da Incubadora de Empresas "Viver Empreendimentos" que, além de São Luis, está sendo instalada em outros cinco municípios: Imperatriz, Santa Inês, Caxias, Balsas e Barreirinhas. A meta é que pelo menos vinte empresas sejam incubadas inicialmente, em cada incubadora.

(9) A criação do Pólo do Software do Maranhão é outra ação de extrema importância dentro do Programa Inova Maranhão para fortalecimento das empresas de base tecnológica, permitindo que o Maranhão possa desenvolver seus próprios softwares, além de se tornar um centro de referência na área.

(10) Estas e outras ações, como o Pólo de Biotecnologia – POMAR, lançado durante o AMAZONTECH, irão compor o Parque Tecnológico do Maranhão – MARANHÃO PÓLO TECH, em fase de implantação pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Planejamento – SEPLAN.

Por meio do Inova Maranhão foram criadas políticas concretas de incentivo à Inovação Tecnológica no estado. O fortalecimento do tripé ciência, tecnologia e inovação são capazes de transformar cenários e oportunizar mudanças a curto e médio prazo. O Maranhão aposta nesta idéia. Por isso, tem trabalhado pelo reconhecimento de seus pesquisadores e estímulo ao empreendedorismo e à cultura da inovação. Pesquisas de qualidade, desenvolvimento de novas tecnologias, inovação e melhoria da qualidade de vida da população são algumas das conquistas que fazem da Fapema agente de desenvolvimento do Maranhão.

O Estado do Maranhão tem difundido esta idéia, também nas Escolas Estaduais de Ensino Fundamental e Médio, em todos os Municípios que o compõe. Nesta entrevista divulgada pela Fapema no Jornal Pequeno (p.5, 19/7), demonstra o resultado deste investimento na Educação Estadual.

3.2.2 Estudantes maranhenses participam da SBPC Jovem

Um grupo de pesquisadores formado por 14 alunos da 3ª série do Ensino Médio do Centro de Ensino Governador Edson Lobão (Cegel), participaram da 16ª reunião da SBPC Jovem, programação para crianças e adolescentes da 60° Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

O evento foi encerrado no dia, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo. Os estudantes levaram à SBPC seis projetos de Iniciação Científica Júnior, fomentados pelo governo do estado do Maranhão, por meio da parceria Fapema/Seduc. O grupo apresentou três trabalhos, na modalidade comunicação oral, entre eles: “aprendendo a língua portuguesa além da gramática”; “uma gramática a seu alcance” e “Ler e escrever, um direito de todos: uma perspectiva dos alunos do Cegel”. Os trabalhos foram apresentados por três estudantes, sob a orientação das professoras Tereza Cristina Ribeiro Alves e Eney Barbosa Avelar e pelo professor Fábio Henrique Silva Sales.

A coordenação pedagógica do Cegel disse reconhecer o Programa de Iniciação Científica Jr. no processo de autonomia intelectual dos estudantes, assim como a efetiva integração da escola com a pesquisa e sua veiculação com os problemas sociais que, necessariamente, o ensino e a aprendizagem crítica podem possibilitar e fomentar diante das exigências do mundo contemporâneo. A SBPC Jovem é um evento nacional de caráter científico-tecnológico-cultural que reúne expressiva participação de pesquisadores dos ensinos fundamental e médio, objetivando a troca de idéias e conhecimento científico pertencentes a diversas áreas, possibilitando futuras parcerias institucionais e a consolidação da pesquisa científica na educação básica do Brasil.

Para ratificar esta idéia, será descrito um depoimento de uma aluna sobre a importância da iniciação a pesquisa para o desenvolvimento integral do individuo.

3.2.3 Fapema oferece 250 bolsas de Iniciação Científica para o CEFET, UFMA e UEMA. Mais do que tratar de pesquisa, o programa amplia visão de mundo.

Um ano após a divulgação do resultado final do Prêmio Fapema 2007, uma das pesquisadoras premiadas ainda lembra-se da emoção ao saber que tinha ganhado o “Oscar da Ciência Maranhense”. Tão logo soube que o projeto “Filosofia com Arte no Ensino Médio” havia sido contemplado com o Prêmio Fapema na categoria “Pesquisador Júnior”, a estudante Larrisa Silva Abreu tratou logo de divulgar a informação entre os amigos do Centro de Ensino Tecnológico do Maranhão – Cefet-MA. “A proposta da nossa pesquisa era desenvolver uma metodologia na qual a filosofia dialogasse com a arte, facilitando assim a linguagem das duas disciplinas para os alunos”, explica a jovem pesquisadora.

Ela conta que foi a primeira vez que concorreu ao Prêmio Fapema. Ficou sabendo da iniciativa por meio de um folder trazido pelo professor Jorge Antônio Soares, que depois se tornou seu orientador na pesquisa. O desafio falou mais alto do que o medo de iniciante, quando Larissa resolveu fazer a inscrição para concorrer ao Prêmio.

Essa trajetória de sucesso só foi possível por meio do interesse e dedicação à investigação científica. Hoje, Larissa já concluiu o ensino médio e é acadêmica do Curso de Filosofia da Universidade Federal do Maranhão. A jovem cientista promete que não vai parar por aí, já que pretende dar continuidade às pesquisas desenvolvidas e irá concorrer a uma Bolsa de Iniciação Científica da Fapema, no edital lançado na última semana.

A Iniciação Cientifica é um instrumento que permite introduzir os estudantes de graduação, potencialmente mais promissores, na pesquisa cientifica. É a possibilidade de colocar o aluno desde cedo em contato direto com a atividade científica, despertar seu interesse e engajá-lo no mundo da ciência e da pesquisa. Nesta perspectiva, a iniciação científica caracteriza-se como instrumento de apoio teórico e metodológico à realização de um projeto de pesquisa e constitui um canal adequado de auxílio para a formação de uma nova mentalidade no aluno. Em síntese, a iniciação científica pode ser definida como um instrumento de formação do aluno e do cidadão.

É com este intuito que a Fapema concede bolsas por meio do Programa de Iniciação Científica (IC), anualmente, para estudantes dos cursos de graduação. “As bolsas fornecidas pela Fapema são um estímulo para quem faz pesquisa”, evidencia Nayre Maria Lauande, estudante do 8º período do Curso de Odontologia da Ufma, que junto com mais dois alunos desenvolveram a pesquisa “O perfil sistêmico dos pacientes portadores de necessidades especiais do Hospital Infantil Dr. Juvêncio Mattos”, sob orientação da Dra. Fernanda Ferreira Lopes e foi uma das contempladas no edital lançado em 2007 pela fundação.

Neste ano, a Fapema concederá a cota de 100 bolsas para a Universidade Estadual do Maranhão-UEMA, 100 bolsas para a Universidade Federal do Maranhão-UFMA e 50 bolsas para o Centro de Ensino Tecnológico do Maranhão-CEFET, totalizando assim 250 bolsas para esta categoria.

O Edital visa também atender o projeto de Descentralização Administrativa e Desenvolvimento Regional do Governo do Maranhão e o Plano de Expansão da Fapema ao garantir uma cota de 30% a estudantes de instituições de ensino e pesquisa do interior do estado. O valor da Bolsa é de R$ 300,00 (trezentos reais) mensais e contemplará um período de 12 meses, a partir de 01 de março de 2009 a 28 de fevereiro de 2010.

O Prof. Dr. Sofiane Labidi, diretor-presidente da Fapema, destaca a iniciação científica e iniciação científica júnior como uma etapa fundamental para a preparação de futuros mestres e doutores, e ressaltou a necessidade que o Maranhão tem de formar cada vez mais mestres e doutores. “Estamos investindo no nosso maior potencial: nossa juventude e nossas crianças. Só assim que podemos aspirar a um futuro melhor”, defendeu.

“Incentivos como este qualificam quadros para os programas de pós-graduação e para o aprimoramento do processo formativo de profissionais para atuarem nos diversos setores da sociedade, além de promover o interesse pela pesquisa no campo da Ciência, Tecnologia e Inovação”, afirma Janilda Junqueira Lopes, Coordenadora do Setor de Fomento da Fapema.

Além de capacitar graduado, o IC também permite novos conhecimentos que, por sua vez, são oriundos da pesquisa sistematizada, o que contribui com o incremento das atividades científicas e favorece uma formação global aos bolsistas participantes do programa. Os Programas de Iniciação Científica transcendem a linearidade de formação de alunos, colocando-se à altura do aperfeiçoamento da própria instituição universitária que, por sua vez, almeja conquistar a indissolubilidade do tripé ensino-pesquisa-extensão.

Ressaltando que estes avanços científicos perpassam por vários Municípios do Estado do Maranhão, dentre eles a cidade de Imperatriz-Ma que é uma das cidades que mais se desenvolve no Nordeste.

3.2.4 Aspectos Históricos de Imperatriz-ma

A povoação de Santa Teresa d'Ávila, chamada depois de vila Nova de Imperatriz, berço da atual Imperatriz, iniciou a 16 de julho de 1852, em meio a disputas territoriais entre províncias do Maranhão e do para. Em1854 foram fixados limites entre as províncias constatando-se que a povoação de Santa Tereza estava em território maranhense, ainda que sua função tenha sido iniciada pelo governo do Para atribuída em 1862. O nome Nova Imperatriz é uma homenagem à Imperatriz Tereza Cristina, esposa de Dom Pedro II.

Em 1924 passa a ser sede de município. E hoje Imperatriz retomou graças à rodovia Belém - Brasília, a condição de pólo econômico da região, posição que já ocupara no inicio do século, com a extração da borracha e da castanha. Atualmente é a segunda cidade do Estado, com uma população em torno de 250mil habitantes.

3.2.5 Aspectos Físicos

Situada na região tocantina, no oeste maranhense, imperatriz ocupa uma área de 6.687 km limitando-se ao norte com o município de Açailândia, a leste com João Lisboa, ao sul com Montes Altos e a oeste com estados de Tocantins e Pará. A altitude média é de 95 metros. O principal rio que banha suas terras é o Tocantins, que nas terras é o Tocantins, que nas proximidades do município chega a atingir 800 metros de largura . Seu relevo é formado basicamente de planícies e em sua vegetação predominam florestas latifoliadas do tipo amazônico de terra firme e cerrada. Possui um clima quente e úmido, do tipo equatorial, com temperatura média de 29 C e média pluviométrica de 1.660 mm anuais.

3.2.6 Aspectos Econômicos

Nos primeiros 30anos deste século, época áurea da extração da borracha e da castanha no Médio Tocantins, Imperatriz ocupou papel de destaque na economia da região. Enfrentou um período de estagnação até o final da década de 50, quando a abertura da rodovia Belém - Brasília devolveu-a ao seu lugar de liderança na economia tocantina.

Dentre as atividades desenvolvidas, destacam-se a agricultura, com plantio de arroz, e a silvicultura, com a extração e o beneficiamento de madeira. Também a pecuária se desenvolve, de forma extensiva, em pastagens sofisticadas com grandes rebanhos bovinos e suínos.

3.2.7 Aspectos Turísticos

Diversos balneários e praias fluviais, nas proximidades de Imperatriz, oferecem aos os visitam excelente oportunidade de lazer e recreação. Vale a pena conhecê-los. Balneários Estância do Recreio e do Bananal, cachoeira do Rio Ribeirãozinho, praias do Cacau e do Imbiral e ilha da Serra Quebrada são os principais. No folclore o Lindô, o Bumba -meu -boi e a Quadrilha são as mais importantes manifestações, De origem espanhola, o Lindô é uma dança típica com indumentária própria e que foi trazida a Imperatriz graças ao incentivo do Frei Manuel Procópio, o Bumba-meu-boi, manifestação comum no litoral maranhense, só recentemente foi introduzido nessa região. Com artigos confeccionados em cerâmica, palha, couro, corda raízes, o artesanato também merece ser apreciado. A Casa do Artesão, situada na praça do Garimpeiro, tem um acervo bastante representativo dessas peças.

No mês de setembro a música e a literatura são o centro das atenções. É mês que acontece o FABER - Festival Aberto do Balneário Estância do Recreio, estimulando talentos da região, além de apresentar artistas nacionais, Na área de literatura, realiza-se o Festival de poesia, Crônica, conto e Texto Teatral, promovido pelo grupo de literatura de Imperatriz e pela Associação Artística de Imperatriz .

De acordo com os dados divulgados pelo Governo Federal no ano de 2007 Imperatriz-ma contava com os seguintes números referentes a matricula:

Educação Infantil

: Creche 2.257

Pré-Escola- 5.315.

Ensino Fundamental

1 a 4 series –

20.266

Ensino Fundamental maior

5 á 8 series

8.984

Em relação à iniciação a pesquisa cientifica, nesta cidade por várias décadas passou quase que despercebido, em virtude dos atrasos na área educacional e cientifica, percebiam-se alguns ensaios neste sentido nas Universidades Estadual e Federal. Todavia nos últimos anos com o advento tecnológico, a mesma tornou-se um Pólo Universitário contando com 04 Universidades privadas, com diversos cursos nas aéreas da educação, administração e saúde. Conta também com duas Universidades Públicas, uma Estadual e outra Federal, Um Centro Tecnológico (CEFET) e varias escolas estaduais e municipais, atendendo assim as crianças desde creche ao Ensino Profissionalizante.

Com todo esse conhecimento á disposição das diferentes classes sociais, presentes na cidade à ciência e a tecnologia de forma adentram a sociedade, com isto trazendo inovações na forma de construir o conhecimento no âmbito educacional. A pesquisa cientifica que até então era assunto reservado ao campus universitário, atualmente faz parte da realidade, partindo da Educação Infantil ao Ensino Médio.

O despertar da iniciação a pesquisa cientifica nos Ensinos Fundamental e Médio, teve inicio em uma Escola Privada de Imperatriz (Complexo Educacional Dom Bosco) que renovou a forma de se construir uma Feira de Ciências, partindo da sua denominação, passando de Feira a Mostra de Ciências, pois envolvia Projetos Científicos pesquisados e apresentados pelos seus educandos, que diga se de passagem com grande repercussão na mídia nacional. Inclusive alguns destes projetos ganharam prêmio nacional e internacional. Também por iniciativa desta Escola, foram promovidas capacitações para educadores das Escolas da rede publica municipal, objetivando disseminar esta idéia em todas as esferas educacionais. Desta capacitação surgiu à primeira FECADEM, mostra de ciências e artes da Escola Municipalizada Leôncio Pires Dourado, onde foram desenvolvidos 28 projetos científicos pelos alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental e EJA, desta forma foi dado o primeiro passo nesta nova forma de aprendizagem.

Texto Extraído da Tese de Mestrado da Professora Msc: Cleres Carvalho do Nascimento Silva(

A FORMAÇÃO DE DISCENTES PESQUISADORES NA

EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA MUNICIPALIZADA LEÔNCIO PIRES DOURADO)

2 comentários:

  1. Profª Cleres,

    estou elaborando minha tese de Doutorado e me interessei muito pelo seu tema. Onde tenho acesso a sua dissertação de mestrado?

    Se possível, me envie: leandrograss@gmail.com

    Desde já, obrigado.

    Leandro Grass

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